Após idas e vindas, Simone Tebet é confirmada como ministra do Planejamento
Presidente eleito finalizou o primeiro escalão três dias antes da posse em Brasília
Em entrevista coletiva no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou no fim da manhã desta quinta-feira (29) o nome da senadora Simone Tebet (MDB) como ministra do Planejamento.
“Depois de um trabalho intenso. Depois de muita tensão, muita conversa, depois de muitos ajustes, nós terminamos de montar o primeiro escalão”, disse o futuro chefe do Executivo.
A oficialização colocou ponto final à dúvida que pairou nos bastidores políticos desde que o petista foi eleito, no fim de outubro. A emedebista, que entrou na corrida presidencial no primeiro turno e ficou em terceiro lugar nas urnas, se aliou a Lula no segundo turno contra o atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL).
O engajamento foi tamanho que a parlamentar foi um dos principais nomes na linha de frente da campanha, tanto que foi a primeira a receber os agradecimentos do presidente eleito no discurso pós-apuração.
A relação entre os dois, no entanto, esfriou ao decorrer da transição. Ela, que era dada como certa entre o primeiro escalão, acabou ficando como uma das últimas anunciadas. Inicialmente, a expectativa era de que a pasta da Cidadania, responsável por programas sociais como o Bolsa Família, ficasse com a senadora.
Mas resistência de ala do próprio PT mudou os planos. Simone então se reservou, faltando inclusive à diplomação de Lula, ausência bastante repercutida pela imprensa e vista como um sinal de desgaste no diálogo com o líder petista. Na ocasião, ela informou que compromissos pessoais em Mato Grosso do Sul a impediram de participar da cerimônia que ocorreu em Brasília.
Do dia 12 de dezembro, dia da diplomação, até esta quarta-feira (28) a conversação entre os dois foi reforçada. Neste meio tempo, o nome da Simone foi cogitado para os ministérios do Meio Ambiente e até da Agricultura, pasta que foi ocupada na gestão de Bolsonaro pela senadora eleita Tereza Cristina (PP), porém, o consenso foi pelo Planejamento.
O martelo foi batido em reunião na tarde desta quarta-feira, embora desde o início da semana a notícia tenha circulado, inclusive, com fala do marido da emedebista, futuro secretário da Casa Civil no governo de Eduardo Riedel (PSDB), Eduardo Rocha (MDB).
Ministério – Apesar de não ter ficado com o Ministério da Cidadania, a pasta de Planejamento tem bastante peso. Simone vai lidar diretamente com orçamentos da União, participar do comitê gestor do PPI (Programas de Parcerias de Investimentos), além dos comitês gestores de programas de outros ministérios como o Minha Casa, Minha Vida, que fica a cargo do Ministério das Cidades.
Ela deve também voltar a ter lugar no CMN (Conselho Monetário Nacional), junto ao ministro da Fazenda e do presidente do Banco Central, bem como controlar o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas).
Time completo – Outros nomes como o da senadora eleita Marina Silva (Rede) e da deputada federal eleita Sonia Guajajara (Psol) também foram sacramentados para os Ministérios do Meio Ambiente e Dos Povos Originários, respectivamente. Confira todos os nomes anunciados nesta quinta-feira:
Planejamento - Simone Tebet (MDB)
Meio Ambiente - Marina Silva (Rede)
Cidades - Jader Filho (MDB)
Transportes - Renan Filho (MDB)
Agricultura - Carlos Fávaro (PSD)
Pesca - André de Paula (PSD)
Minas e Energia - Alexandre Silveira (PSD)
Integração e Desenvolvimento Regional - Waldez Góes (governador do Amapá, do PDT, deve migrar para o União Brasil)
Turismo - Daniela do Waguinho (União Brasil)
Comunicações - Juscelino Filho (União Brasil)
Previdência - Carlos Lupi (PDT)
Desenvolvimento Agrário - Paulo Teixeira (PT)
Gabinete de Segurança Institucional - General Gonçalves Dias
Secretaria de Comunicação Social - Paulo Pimenta (PT)
Povos Indígenas - Sônia Guajajara (PSOL)
Esporte - Ana Moser
Lula também anunciou que o deputado José Guimarães (PT-CE) será líder do governo na Câmara. O senador Jaques Wagner (PT-BA) será o líder do governo no Senado.
Já haviam sido anunciados:
Fazenda - Fernando Haddad (PT)
Defesa – José Múcio (PTB)
Justiça – Flávio Dino (PSB)
Casa Civil – Rui Costa
Relações Exteriores – Mauro Vieira
Cultura – Margareth Menezes
Relações Institucionais – Alexandre Padilha (PT)
Saúde – Nísia Trindade
Educação – Camilo Santana (PT)
Gestão – Esther Dwek
Portos e Aeroportos – Márcio França (PSB)
Ciência e Tecnologia – Luciana Santos
Mulher – Aparecida Gonçalves
Desenvolvimento Social – Wellington Dias (PT)
Trabalho – Luiz Marinho (PT)
Direitos Humanos – Sílvio Almeida
Desenvolvimento, Indústria e Comércio – Geraldo Alckmin
Controladoria-geral da União – Vinícius Marques de Carvalho
Secretaria-geral da Presidência da República – Márcio Macedo (PT)
Advocacia-geral da União – Jorge Messias