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Política

Após levar contrato de R$ 4,4 milhões, Salute eleva preços em até 113%

Jéssica Benitez e Edivaldo Bitencourt | 14/08/2013 17:47
Érico falou à CPI do Calote na segunda-feira (Foto: Helton Verão)
Érico falou à CPI do Calote na segunda-feira (Foto: Helton Verão)

Após firmar o contrato emergencial, sem licitação, para fornecer alimentos à SAS (Secretaria Municipal de Ação Social) por R$ 4,4 milhões, a Salute desistiu de praticar os preços "baratíssimos" apresentados no pregão, quando disputou com outros grupos. Inicialmente a empresa garantiu que forneceria todos os itens por preço baixíssimos, alguns abaixo até do valor de atacado, mas depois de firmar compromisso, voltou atrás e encareceu em até 113% praticamente todos os produtos.

O achocolatado em pó, de 400g, por exemplo, foi apresentado por R$ 0,72, mas agora a distribuidora de alimentos elevou o preço para R$ 1,54. A compra equivale a 18.326 quilos do produto que custaria R$ 13,194, entretanto passou para R$ 28.222 por conta da mudança no valor.

E não para por aí. A Salute não sustentou o custo de itens básicos. O feijão carioquinha era R$ 3,49 o quilo, mas agora subiu para R$ 3,72, acarretando diferença de R$ 9.295 no valor final dos 40.394 mil quilos comprados. O Arroz tipo 1, considerado de melhor qualidade, pacote de 5 kg, foi apresentado por R$ 7,79, na nova tabela, porém, a empresa forneceu por R$ 8,17, resultando no acréscimo de R$ 13.921 no preço pago pelo Executivo.

Após levar contrato de R$ 4,4 milhões, Salute eleva preços em até 113%

A diferença mais gritante está no preço da carne. Um quilo de acém cortado em tiras foi oferecido no pregão por R$ 6,26. Agora a tabela aponta R$ 8,95. A diferença unitária de R$ 2,69 parece não ter relevância, mas somando os 60 mil quilos de carne comprados pela prefeitura a alta no preço resulta em R$ 161.400 mil a mais no final das contas somente neste item.

As empresas que também concorreram no pregão presencial já haviam questionado os valores prestados pela vencedora. Em oitiva à CPI do Calote o proprietário da MDR, Mamed Dib, que fornecia alimentos secos à SAS na gestão passada, revelou que quando a Salute apresentou os 43 itens, os empresários, que perderam, já sabiam que tais preços eram inviáveis.

“Nos primeiros itens a gente até pensou que eles tinham um fornecedor bom, mas depois que vimos todos sabíamos que aqueles preços eram muito abaixo do que o atacado vende. Tudo muito estranho, tínhamos certeza de que ela ganharia”, disse Mamed na ocasião.

Em depoimento à CPI do Calote, na segunda-feira, um dos sócios da Salute, Érico Barreto, confirmou as suspeitas. Ele disse que a empresa não tem alimentos, não tem estoque nem caminhões. Tudo é terceirizado.

E a Salute, criada em 1º de abril deste ano, não tem intenção de vender para outra empresa ou órgão público. Batista foi taxativo: a prefeitura já é um cliente bom demais.

Confusão - Em dois itens a situação se inverte. O quilo da coxa e sobrecoxa de frango congelado foi ofertado no pregão por R$ 4,11. Já na nova tabela o produto aparece por R$ 3,99. O pacote de 500g de macarrão parafuso era R$ 1,94 na segunda lista de valores aparece por R$ 1,14.

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