Após sobrevôo, ministro garante repasse de R$ 5 milhões a MS na segunda
No entanto, Estado aponta R$ 110 milhões para recuperação de pontes e estradas
O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, garantiu que deposita, na segunda-feira, R$ 5 milhões na conta do governo do Estado para utilização em caráter emergencial na recuperação de estragos provocados pela chuva. A verba deve ser utilizada na recuperação de vias e assistência à população.
Juntamente com o governador André Puccinelli (PMDB), o secretário nacional de Defesa Civil, Humberto Vianna, e o coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Ociel Ortiz Elias, o ministro sobrevoou na manhã desta sexta-feira a região de Aquidauana, por cerca de uma hora, numa das localidades mais afetadas pela chuva no Estado.
Fernando Bezerra e Humberto Vianna encerraram, por volta das 11 horas, a agenda e foram embora no avião da FAB.
Embora tenha garantido a transferência de R$ 5 milhões, o governador do Estado, André Puccinelli (PMDB), disse que Mato Grosso do Sul vai precisar de R$ 110 milhões para recuperação de estradas e pontes.
Isso sem contar os prejuízos a serem levantados pelos municípios. Os danos devem ser apresentados na segunda-feira, em reunião na Assomasul, dos prefeitos com a bancada federal. Aquidauana, por exemplo, já estimou prejuízos em R$ 24 milhões, enquanto Campo Grande aponta 45,8 milhões e Coxim R$ 1,8 milhão.
“Não vamos prometer o que não podemos cumprir”, cravou o ministro, que listou 23 pontes com problemas em Mato Grosso do Sul. O número da Defesa Civil estadual é diferente: nove pontes destruídas e 21 danificadas.
O ministro revelou que o ideal é que o Estado não tenha mais pontes de madeira, apenas de concreto. Com as fortes chuvas, quatro pontes de madeira “rodaram”.
Bezerra revelou que, em todo País, foram liberados R$ 780 milhões para recuperar prejuízos com as chuvas.
Sobre os recursos do ano passado para Mato Grosso do Sul, segundo Bezerra, o ministério ficou de repassar R$ 38 milhões e, atestou, que só faltam R$ 9,8 milhões a serem liberados.
O próprio governador e integrantes da bancada federal reclamaram nos últimos dias que a verba não havia sido liberada. O prefeito de Aquidauana, Fauzi Suleiman (PMDB), contou que assinou recentemente um contrato de 42 casas a serem construídas por conta da enchente de 2010 no município, ou seja, um ano depois.
Desalojados - O governo do Estado e a Defesa Civil estimam que 891 famílias foram desalojadas nos municípios atingidos pela chuva. A intenção é que elas não voltem ao lugar onde moravam.
O coordenador da Defesa Civil no Estado, coronel Ociel Ortiz Elias, afirmou que a remoção para outras áreas, embora seja o ideal, não é de caráter emergencial, pois precisa de projetos dos municípios.
Em entrevista, o governador André Puccinelli agradeceu a presidência Dilma Rousseff (PT) sobre o envio do ministro da Integração ao Estado nesta sexta-feira e defendeu prioridade de investimentos na recuperação de pontes e estradas vicinais.
Puccinelli acredita que 1 milhão da safra de soja foi perdida de um número de 5,4 milhões que foram prejudicadas. Além dos grãos totalmente perdidos, outros perdem a qualidade.
André previu um tempo de “vacas magras” no Estado, sob o argumento da arrecadação estadual estar concentrada em 85% no ICMS e IPVA, além da economia sul-mato-grossense estar diretamente ligada com a agricultura.
Sobre o auxílio às famílias atingidas, o governador destacou a ajuda emergencial feita por sua administração, que envia alimentos e roupas, principalmente, em Aquidauana, Anastácio e Dois Irmãos do Buriti. A Defesa Civil Nacional também deve reforçar esta ajuda.
Emergência - Governo do Estado e Defesa Civil estimam que 17 cidades decretaram situação de emergência ou ainda vão oficializar a medida.
São eles: Coxim, Miranda, Rio Verde, Santa Rita do Pardo, Bandeirantes, Dourados, Chapadão do Sul, Maracaju, Sidrolândia, Rio Brilhante, Campo Grande, Aquidauana, Anastácio, São Gabriel do Oeste, Paranaíba, Dois Irmãos do Buriti e Ribas do Rio Pardo.