Ari Artuzi afirma que conseguiria 10 mil votos para vereador em Dourados
O ex-prefeito de Dourados, Ari Artuzi (PMN), que renunciou ao cargo após um escândalo envolvendo fraudes de licitações milionárias, esteve na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul nesta quarta-feira (23) para, segundo ele, conversar com o deputado George Takimoto (PSL). De maneira discreta, o ex-deputado andou pelos corredores da Casa e cumprimentou alguns funcionários.
Arisco, Artuzi não queria dar entrevista, mas conversou com o Campo Grande News após certa insistência. O ex-prefeito faz questão de repetir que tudo o que foi feito com ele foi editado em computador, em relação às gravações que provocaram a perda do posto. Ainda assim, acredita que tudo isso não o impedirá de ser candidato a vereador no Município.
“O Passaia (jornalista Eleandro Passaia) que fazia as provas e mandava para o delegado... Quem não sabe? Pode editar? Se você gravar, tudo que você gravar tem que colocar. Não pode editar. Foi tudo sacanagem o que fizeram”, disse.
O ex-deputado estadual diz que as pessoas o recebem muito bem em Dourados e que conseguiria se eleger vereador com toda tranquilidade. “Meu eleitor é meu eleitor. Se eu for candidato eu tiro 10 mil votos tranquilamente”. O ex-prefeito conta que está esperando o desenrolar do processo e reclama de prejuízo com toda a situação que passou.
“Eu não acredito que a justiça aceite a sacanagem... Tudo editado do jeito que foi. Eu não tenho condenação. Eu nunca fui depor neste processo aqui. Eu devo R$ 170 mil de financiamento que fiz quando era prefeito, para descontar em folha. Fiz um financiamento para descontar em folha e devo R$ 170 mil no Banco do Brasil. Fui preso e não pude pagar. Peguei em dinheiro. Vendi minha Van, três carros, um terreno. Eu tenho as matrícula”, diz o prefeito, afirmando que pode apresentar 21 matrículas do que vendeu até 2010.
“Eu não fiz nada, nada, nada. Eles fizeram isso porque eu tinha um monte de obras para a cidade. Sacanagem dos envolvidos. Tem gente grande envolvida nisso daí”, afirma o ex-prefeito.
Ari Artuzi foi preso em uma ação da PF (Polícia Federal) junto com o vice-prefeito, nove dos 12 vereadores, secretários municipais e empresários. O grupo foi denunciado por esquema de fraudes envolvendo a Prefeitura, Câmara e empresas. As ações foram registradas por Eleandro Passaia, então secretário de Governo na administração de Artuzi. Após 90 dias atrás das grades, Ari Artuzi renunciou, sendo solto no dia seguinte. O ex-prefeito diz que ele foi sendo coagido aos poucos a renunciar, inclusive com ameaças indiretas de morte.