Bancada de MS repudia atentado em Brasília e prega o fim do extremismo político
Ataque direcionado ao STF reacende o debate sobre radicalismo instalado no Brasil nos últimos anos
Os representantes de Mato Grosso do Sul no Congresso Nacional se manifestaram contra o atentado ocorrido na noite de ontem, quarta-feira (13), na Praça dos Três Poderes, em Brasília. O episódio, que deixou uma pessoa morta, foi classificado pelos parlamentares como um ataque direto à democracia e gerou um apelo unânime pelo fim do extremismo político. Senadores e deputados do estado pediram uma investigação minuciosa e a responsabilização de todos os envolvidos.
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Parlamentares de Mato Grosso do Sul condenaram o atentado na Praça dos Três Poderes em Brasília, classificando-o como um ataque à democracia e pedindo investigação rigorosa e responsabilização dos envolvidos. Os deputados e senadores destacaram a gravidade do extremismo político e defenderam a preservação da ordem pública e das instituições, com apelo por pacificação e punição aos responsáveis por atos violentos.
A senadora Soraya Thronicke (Podemos) destacou a gravidade do caso, afirmando que o incidente reflete a insegurança gerada pelo extremismo político. “Há notícias de que o homem responsável pela explosão na Praça dos Três Poderes tenha circulado pelo Senado durante a tarde. Nosso país vive uma situação de insegurança por conta do extremismo político-ideológico, que deve ser severamente coibido. Graças a Deus estamos todos bem, mas o sinal de alerta deve permanecer ligado! E mais: não acredito em ato de ‘lobo solitário’, mas vamos aguardar as investigações”, declarou.
O deputado Geraldo Resende (PSDB) também repudiou o ato, enfatizando a importância de preservar a ordem pública. “Sobre os acontecimentos na Praça dos Três Poderes na noite desta quarta-feira, é fundamental que as autoridades competentes apurem os fatos, garantindo que ações dessa natureza não voltem a ocorrer. Precisamos preservar o respeito às nossas instituições e à ordem pública”, afirmou.
Para o deputado Luiz Ovando (PP), é necessário que a investigação ocorra sem influências políticas. Ele lamentou a perda de uma vida e reforçou que atos violentos não têm lugar em uma sociedade pacífica. “Lamento profundamente a perda de uma vida no trágico incidente que abalou a Esplanada dos Ministérios nesta noite. Atos violentos como esse são inadmissíveis em uma sociedade que valoriza a paz e a segurança de seus cidadãos. É essencial que aguardemos uma apuração rigorosa e transparente dos fatos para entender as motivações desse atentado e responsabilizar os envolvidos. Que essa investigação seja conduzida com seriedade e isenção, sem espaço para distorções partidárias, pois está em jogo a integridade de nossas instituições e a segurança de todos que nelas trabalham”, disse Ovando.
Já o senador Nelsinho Trad (PSD) condenou a radicalização, destacando a importância de um caminho pautado pela ordem e pelo respeito às instituições. “O que ocorreu em Brasília é grave e inaceitável. O Brasil precisa de ordem e respeito às instituições, sem espaço para radicalismos que ameaçam nossa segurança e paz. A radicalização não pode definir nosso futuro; o caminho é pela razão e pelo respeito aos pilares da nossa sociedade”, pontuou o senador.
Vander Loubet (PT) também demonstrou preocupação com o avanço do extremismo no País. Ele ressaltou a necessidade de punição rigorosa para atos contra a democracia. “Considero o episódio de ontem em Brasília grave por mostrar o tipo de extremismo ao qual nosso país está exposto de uns anos pra cá. Felizmente, ninguém além do autor das explosões ficou ferido. Mas poderia ter sido fatal contra outras pessoas. Mais do que nunca, esse caso mostra a importância de punirmos com rigor todos que atentam contra nossa democracia, principalmente aqueles envolvidos no 8 de janeiro. Precisamos mostrar que atos extremistas têm consequência para quem pratica”, afirmou.
Outro parlamentar sul-mato-grossense, Beto Pereira (PSDB), demonstrou pesar pelo ocorrido e manifestou seu desejo por um país livre de ações extremistas. “Lamentável o ocorrido em Brasília, sobretudo pela perda de uma vida após a explosão de bombas. Atitudes extremas como essa são um risco à democracia e uma ameaça à segurança dos poderes. É preocupante o Brasil chegar a esse ponto. Deixo aqui o meu repúdio e o meu desejo de que fatos como esse nunca mais voltem a acontecer no país”, comentou Pereira.
Em uma nota assinada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado Rodolfo Nogueira (PL) compartilhou o apelo pela pacificação política. “Lamento e repudio todo e qualquer ato de violência, a exemplo do triste episódio de ontem na Praça dos Três Poderes. Apesar de configurar um fato isolado, e ao que tudo indica causado por perturbações na saúde mental da pessoa que, infelizmente, acabou falecendo, é um acontecimento que nos deve levar à reflexão. Já passou da hora de o Brasil voltar a cultivar um ambiente adequado para que as diferentes ideias possam se confrontar pacificamente, e que a força dos argumentos valha mais que o argumento da força”, diz a nota.
Entenda o caso - Na noite de quarta-feira (13), por volta das 18h30 (de MS), duas explosões foram registradas na Praça dos Três Poderes, em Brasília. A primeira ocorreu em um veículo pertencente a Francisco Wanderley Luiz, 59 anos, autor dos ataques, e que estava estacionado próximo à Câmara dos Deputados. Os explosivos teriam sido ativados remotamente. A segunda explosão, que resultou na morte do autor, aconteceu próximo ao STF (Supremo Tribunal Federal), após o suspeito ser barrado ao tentar entrar no prédio.
O "homem-bomba" teria tirado da mochila alguns objetos e uma blusa, que lançou em direção à estátua. Logo depois, alguns seguranças do STF se aproximaram, momento em que o homem abriu a camisa e os advertiu para que não se aproximassem. Em seguida, ele teria acendido outro artefato, que explodiu próximo a ele.
Wanderley havia entrado no prédio do STF em 24 de agosto deste ano, em uma visita pública. Poucas semanas antes, o homem também teria alugado uma casa em Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal.
Dias antes das explosões, ele usou seu perfil no Facebook para fazer um alerta sobre o ataque. Em uma mensagem publicada na rede social, ele escreveu: “Vamos jogar??? Polícia Federal, vocês têm 72 horas para desarmar a bomba que está na casa dos comunistas de merda: William Bonner, José Sarney, Geraldo Alckmin, Fernando Henrique Cardoso… Vocês quatro são VELHOS CEBOSOS nojentos [sic].”