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Política

Bancada federal de MS continua dividida sobre denúncia contra Temer

Oposição aposta no desgaste político do presidente e diz que base está deteriorando, como aconteceu com Dilma

Lucas Junot | 14/07/2017 15:43
Bancada federal de MS: Marun e Tereza, Geraldo e Daboberto, Dionízio e Zeca, Mandetta e Vander (Foto: Arquivo)
Bancada federal de MS: Marun e Tereza, Geraldo e Daboberto, Dionízio e Zeca, Mandetta e Vander (Foto: Arquivo)

Mesmo com a pressa do governo Temer para arquivar as denúncias da PGR (Procuradoria Geral da República) e acabar com o desgaste político, o novo relatório – contrário às denúncias – só será submetido ao plenário da Câmara dos Deputados no dia dois de agosto, após o recesso parlamentar. Enquanto isso, a bancada de Mato Grosso do Sul segue dividida: três contra, três a favor e dois incógnitos.

Ontem (13), a CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) da Câmara dos Deputados rejeitou o parecer pela admissibilidade das denúncias contra o presidente Michel Temer (PMDB), com os votos dos sul-mato-grossenses Carlos Marun (PMDB) e Elizeu Dionízio (PSDB).

Até então, o posicionamento de Dionízio permanecia incógnito. Geraldo Resende (PSDB) disse nesta sexta-feira (14) ao Campo Grande News que prefere não anunciar previamente seu voto. “O que posso dizer é que a oposição não vai conseguir colocar os votos contrários, sobre meu voto, prefiro não dizer nada por enquanto”, comentou.

Marun não só tem marcado posicionamento pró-Temer, como também se encarregou da defesa do presidente desde o início dos debates mais polêmicos, como a reforma da Previdência e trabalhista, por exemplo.

Nesta sexta-feira (14) o parlamentar disse que “a conspiração asquerosa é um cadáver fedorento, ainda insepulto, mas com data marcada para sua cremação”. “Só que a oposição vai ter que chorar no velório”, disparou o parlamentar.

A deputada Tereza Cristina (PSB) o deputado Luiz Henrique Mandetta, que até o final do mês passado declaravam-se indecisos, já sinalizam seus posicionamentos.

Nenhum dos dois foram encontrados pela reportagem na tarde de hoje, mas são contabilizados como votos para um lado e pro outro pelos colegas deputados.

De acordo com o deputado Dagoberto Nogueira (PDT), a oposição conta com Zeca do PT, Vander Louber (PT), Mandetta e ele próprio, total de quatro votos contra Temer.

Do outro lado, Marun, Dionízio e Tereza Cristina integrariam o time do presidente e Resende seria o fiel da balança da bancada sul-mato-grossense.

“É muito difícil nós ganharmos, mas conseguimos jogar [a votação] pra agosto e o governo não conseguiu quórun pra votar hoje, não quis tentar. No dia dois de agosto a base terá que fazer um esforço concentrado. Vai haver muita pressão”, disse Dagoberto.

Ainda segundo o parlamentar, a movimentação da base governista também chama atenção. “Achávamos que eles [base de Temer] ganhariam com tranquilidade ontem [na CCJ], mas se não tirassem 13 membros do conselho, perderiam”, analisa o deputado.

Desgaste – Mesmo que a CCJ tenha rejeitado as acusações de corrupção passiva, é esperado que a PGR apresente ao menos uma nova denúncia, por suspeitas do crime de obstrução da Justiça. Relatório final da Polícia Federal entregue ao STF revela indícios de que Temer, Joesley Batista (presidente da JBS) e o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) cometeram o crime ao participar ou participar de pagamentos da JBS ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao corretor Lúcio Funaro, em troca do silêncio deles à Justiça.

Cunha negocia um acordo de delação premiada que pode gerar fatos novos e acalorar ainda mais a discussão.

“O presidente começa a deteriorar, muitos já estão 'descolando' dele, a exemplo do PT, PPS, DEM, está acontecendo com ele o mesmo que aconteceu com a Dilma [Roussef]”, analisou Dagoberto Nogueira.

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