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Política

Bernal reclama de "obstáculos" no acesso a informações da Prefeitura

Fabiano Arruda e Helton Verão | 03/12/2012 17:19
Prefeito eleito, Alcides Bernal, aproveitou para fazer um relatório de sua agenda nas últimas semanas. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Prefeito eleito, Alcides Bernal, aproveitou para fazer um relatório de sua agenda nas últimas semanas. (Foto: Rodrigo Pazinato)

O prefeito eleito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), convocou entrevista coletiva, na tarde desta segunda-feira, para reclamar de falta de colaboração e afirmar que sua equipe tem dificuldade no acesso a informações que serão determinantes para o início do seu mandato, em 1º de janeiro.

O progressista relatou que os profissionais que formam seu grupo de transição não estão sendo bem atendidos e que até agora só receberam três relatórios de uma lista extensa que divulgou diante dos jornalistas.

Bernal contou ter feito questão de conhecer o relatório de sua equipe que indica os documentos que faltam ser repassados pela atual administração. "Foram quatro reuniões boas até agora, apenas para tomar cafezinho", ironizou, completando que o povo de Campo Grande "tem de estar ciente" desta dificuldade.

O chefe do Executivo Municipal a partir de 2013 também falou que já tomou providências legais, sem especificar quais são elas, diante da situação. “A Prefeitura tem que entender que as eleições já acabaram e quem vai ser prejudicado é o povo”.

Ainda para endossar as críticas, ele destacou que a atual administração tem conhecimento, desde setembro, do volume de informações que teria de disponibilizar no período de transição. “Não queria estar cobrando documentos. Podia estar falando de outras coisas”, criticou, revelando que já se reuniu com a maior parte dos vereadores que formarão a Câmara Municipal a partir do ano que vem e mostrou confiança na colaboração dos parlamentares em prol da Capital.

O presidente da equipe de transição de Bernal, o cientista político José Luciano Matos Dias, que já havia reclamado da situação na última sexta (3), também ocupou a palavra por diversas vezes nesta tarde para se queixar.

Segundo ele, a atual gestão impõe obstáculos ao não disponibilizar as informações, o que, segundo ele, atrapalha o processo de mudança no governo municipal.

Luciano chamou atenção para o “grande risco” de faltar documentações e dar continuidade aos trabalhos na cidade como as obras ainda a serem executadas.

Dias também contou que não há uma data definida para um encontro entre Bernal e Nelson Trad Filho (PMDB). E que a equipe de transição do prefeito eleito recebeu a informação, nos últimos dias, que a orientação é esperar o retorno de Nelsinho, que cumpre agenda na Inglaterra até o dia 11.

A equipe de transição ainda pontuou a dengue e os possíveis alagamentos nesta época do ano como principais preocupações. Entre os exemplos, lembrou da situação das obras em frente ao Shopping Norte e Sul Plaza, que causa transtorno com o excesso de chuvas. Diante disso, ressaltaram que estudam o caso para adotar um plano que seja independente das informações a serem enviadas pela Prefeitura.

Relatório - Bernal apresentou relatório de obras que garantiu estarem pendentes e  que são de “responsabilidade do atual prefeito”.

Citou obras de reforma do Centro Cultural José Otávio Guizzo, que possuem recursos de R$ 647 mil e, segundo ele, estão com o status suspenso de destinação de verbas.

O Museu Histórico e Filosófico da Capital, que tem recurso de R$ 203 mil, conforme o progressista, é de responsabilidade de Nelsinho e “não está acontecendo”, bem como o centro esportivo do Parque Ayrton Senna, com verba de quase R$ 4 milhões.

“Essa obra não está sendo movimentada, não sei porquê”, disse, acrescentando que outras áreas degradadas, que ultrapassam R$ 5 milhões, encontram-se pendentes.

Balanço – O prefeito de Campo Grande a partir de janeiro também aproveitou para fazer um balanço de sua agenda nas últimas semanas.

Disse que em Brasília (DF) sua principal reivindicação foi recursos para melhorar a saúde pública, como a obra para construção do Hospital Municipal, difundida durante sua campanha.

Além disso, visitou o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Em pauta, o pedido por mais escolas em tempo integral e de ensino técnico. No Ministério das Cidades, o progressista garantiu que recebeu apoio do titular da pasta, Aguinaldo Ribeiro, pela viabilização de obras. Outro ministério percorrido foi o de Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

No Ministério das Cidades, relatou que foi se inteirar da situação dos recursos de obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Ele questionou a informação de que a Capital receberá R$ 1 bilhão a partir do ano que vem. Segundo José Luciano, todos os municípios do Brasil têm R$ 5,8 bilhões em recursos e a média de verba para as cidades é de R$ 60 milhões.

O prefeito eleito ainda contou que esteve no município de Uberlândia na última sexta-feira para conhecer o modelo de gestão de saúde e o funcionamento do hospital municipal, além da qualidade da malha viária. Ele disse que trouxe as informações em foto e vídeo para estudar os modelos.

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