ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SEXTA  22    CAMPO GRANDE 32º

Política

Câmara quer melhorias nas escolas em projeto que substituirá "lei da mordaça"

Proposta polêmica foi arquivada de vez com a manutenção do veto

Mayara Bueno e Alberto Dias | 09/06/2016 12:19
Manifestantes foram à Câmara pedir a manutenção do veto. (Foto: Fernando Antunes)
Manifestantes foram à Câmara pedir a manutenção do veto. (Foto: Fernando Antunes)
Câmara Municipal ficou lotada de manifestantes para acompanhar a votação do veto à "lei da mordaça". (Foto: Fernando Antunes)
Câmara Municipal ficou lotada de manifestantes para acompanhar a votação do veto à "lei da mordaça". (Foto: Fernando Antunes)

Ao votarem pela manutenção do veto à “lei da mordaça”, proposta que restringiria discussão de política, religião e gênero, os vereadores decidiram criar um novo projeto de lei, em 30 dias. A Câmara Municipal ainda não sabe como será feita a proposta, mas, na opinião dos parlamentares e de manifestantes que foram contrários à “lei da mordaça” o ideal seria projetos como formação continuada e ouvidoria para registrar reclamações de pais e professores, por exemplo.

Segundo o presidente do Legislativo Municipal, vereador João Rocha (PSDB), o assunto é polêmico e as reuniões dos vereadores, que formarão uma comissão, começarão a “desenhar um novo formato” de projeto de lei. “Mas não acho bom antecipar”.

Movimentos contrários ao projeto foram a maioria na Câmara, nesta quinta-feira (9), quando os vereadores decidiram manter o veto do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP). Mas também houve protestos de quem defendia a derrubada do veto, dizendo que o projeto de lei não se tratava de proibição e, sim, impedimento de doutrinação nas escolas. 

Parlamentares e membros dos movimentos se reuniram durante a sessão e decidiram manter o veto e apresentar nova proposta. A votação em plenário foi simbólica.

Para o vereador Lívio Leite (PSDB), quer propor, dentro da reformulação do projeto, uma ouvidoria na Semed (Secretaria Municipal de Educação), como forma de coibir e conter excessos de alunos, ou mesmo assédio moral com diretor e professor, por exemplo.

Integrante do núcleo de estudos da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Guilherme Passamani, o ideal, ao invés de afixar cartazes nas escolas com normas do que pode ou não ser discutido em sala, o profissional que cometer excesso tem de ser corrigido com formação continuada.

O projeto foi aprovado há 60 dias e causou bastante polêmica, principalmente por parte de professores e movimentos contrários à proposta que ficou conhecida como “lei da mordaça”. “As manifestações ocorreram sobre um discurso que começou há 60 dias, quando a lei foi aprovada em regime de urgência, sem ouvir as partes”, disse o vereador Eduardo Romero (Rede).

Para o parlamentar, a manutenção do veto foi “um avanço da Câmara, que fez o que deveria ter feito”. Luiza Ribeiro (PPS) também era contra a lei. “Só conseguimos porque todos vieram para cá”. Romero contou que, desde a aprovação do projeto, ao menos 35 ofícios de entidades representativas foram protocolados no Legislativo Municipal, que se posicionaram a favor e contra.

Nos siga no Google Notícias