Candidatos não abrem mão das ruas, mas tem eleitor com medo de pegar santinho
Políticos não dispensam a campanha corpo a corpo na área central e nas feiras da cidade
Apesar da pandemia do coronavírus, os candidatos não dispensam a campanha “corpo a corpo” na eleição municipal em Campo Grande. Alheios aos riscos, a alegação é que muitas pessoas não têm acesso à internet e precisam deste contato para decidir os votos. Alguns eleitores são até a favor dos políticos nas ruas, mas outros tem medo até de pegar os tradicionais santinhos nas mãos.
A campanha eleitoral começou há duas semanas, logo com passeatas, reuniões em bairros e visitas nas feiras e praças públicas. Os candidatos vão aos locais de máscara, tentam manter o “distanciamento” social, mas muitas vezes geram aglomerações para conseguir o contato direto com o eleitor.
O vereador Wellington Oliveira (PSDB), candidato à reeleição, esteve na área central pedindo votos e disse que segue andando pelos bairros, conversando com as pessoas, para repassar suas propostas. “Essa história de que vai ser só digital, não vai não. Se a pessoa vem abraçar, não tem o que fazer. Todo mundo tá carente de abraço”.
Na feira do Universitário, a candidata Andreia Vieira (PDT) ponderou que é necessário “estar com a população”, seguindo todas as regras de biossegurança. “Muitos não tem acesso à internet”.
Davi Marques (PDT) lembrou que o brasileiro é “emotivo” e precisa deste contato presencial. "Até para incentivar eles a participar da eleição, no dia da votação".
O candidato a prefeito, Pedro Kemp (PT), também estava nas ruas, pedindo votos na feira das Moreninhas. “Estamos com foco na internet, mas é necessário este contato direto, ma preferimos fazer as reuniões ou conversas em locais abertos, até para evitar a contaminação (covid)”, descreveu.
Eleitores – A maioria dos eleitores reconhece a importância da campanha nas ruas, amas alguns ainda têm medo da aglomeração e contato direito, em função da covid-19. A funcionária pública, Magda Costa, de 56 anos, relatou inclusive que não tem “coragem de pegar os santinhos”, devido o perigo de contaminação.
O vendedor Maurício Marques, 36, ponderou que os políticos podem pedir voto no comércio e área central, mas precisam ter cuidado com aglomeração. “O que eu vejo é que não estão tão preocupados quanto deveriam”. Já Carlos Augusto, 37, entende que eles precisam mostrar as propostas. “Tem que oferecer algo de novo”.
André Aleixes, 46, cita que muitas pessoas gostam de falar diretamente com o candidato, até por não ter acesso a internet, mas que deve se manter a distância social. Já Estela Mota, 74, que venda artesanato na feira, fica preocupada com a aglomeração. “Não precisa vir aqui, só pela televisão já serve”.
