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Política

Cenário eleitoral já aponta três fortes candidaturas para 2014 em MS

Zemil Rocha | 17/08/2013 10:25
Candidatura de Nelsinho pelo PMDB foi anunciada nesta semana (Foto: Arquivo)
Candidatura de Nelsinho pelo PMDB foi anunciada nesta semana (Foto: Arquivo)

O cenário eleitoral de 2014 começa a ficar mais nítido, com tendência ao lançamento de pelo menos três fortes candidaturas ao governo do Estado. Ao contrário da polarização das eleições estaduais anteriores, a tendência é que PMDB e PT, desta vez, tenham que disputar a preferência do eleitoral com o PSDB. Os tucanos, porém, estão sendo fortemente assediados por petistas e peemedebistas.

Nesta semana, o PMDB definiu o nome do ex-prefeito e atual secretário estadual de Articulação com os Municípios, Nelsinho Trad, para concorrer à sucessão do governador André Puccinelli. Já estava certa a candidatura do senador Delcídio do Amaral pelo PT. E o PSDB, do deputado federal Reinaldo Azambuja, já está até colhendo subsídios para seu programa de governo, através do seu “Pensando MS”.

Trata-se de um cenário semelhante ao da eleição de Campo Grande, no ano passado, só que com o PP no lugar do PT naquela disputa. Embora o PT tenha lançado o deputado federal Vander Loubet na Capital, a candidatura petista não entusiasmou o eleitorado, que ficou mais simpático às alternativas representadas por Edson Giroto, Reinaldo Azambuja e Alcides Bernal, este o vitorioso naquele pleito.

A presença do PSDB como terceira opção na disputado pelo governo do Estado, porém, não é ainda um fato definitivo, na avaliação de políticos experientes, como o presidente regional do PDT, ex-conselheiro João Leite Schimidt. Para ele, faltam sinais mais claros de Reinaldo Azambuja de que realmente quer ser candidato a governador. “Azambuja tem de tomar alguma atitude”, afirmou o pedetista.

Por isso, Schimidt ainda considera mais plausível a possibilidade de “polarização” entre as candidaturas do petista Delcídio do Amaral e do peemedebista Nelsinho Trad. Indagado sobre qual deles o PDT pretende apoiar, o presidente pedetista declarou: “Agora que o PMDB através de seu líder maior lança o seu candidato. Antes disso, ninguém sabia o partido teria candidato próprio ou se faria entendimento com o PT. O PDT tem de avaliar. Não tomamos posição nenhuma ainda”.

O comportamento do PDT, segundo ele, seria outro caso PT e PMDB caminhassem juntos em Mato Grosso do Sul, como já acontece no cenário nacional, contradição, aliás, definida pelo veterano articulador como uma daquelas “coisas inexplicáveis da política” e que a faz relativamente imprevisível. “Acho que, para nós, se houvesse junção do PT e PMDB iríamos buscar projeto alternativo”, revelou.

Mesmo os pré-candidatos do PT, senador Delcídio do Amaral, e do PMDB, Nelsinho Trad, ainda vêem a possibilidade de conquistar o apoio do PSDB, de Reinaldo Azambuja, para a eleição de 2014. Nesta semana, ambos deram declarações neste sentido. Na segunda-feira, Delcídio declarou que tem “conversado” com Azambuja em busca de um entendimento. “Vou buscar apoio do Reinaldo”, informou Nelsinho na quinta-feira.

Primeiro candidato definido, Delcídio, aliás, em buscando apoio de outros partidos há vários meses. Ele vem tentando fechar aliança com quatro partidos: PDT, PR, PSDB e PSD. Dois deles, porém, PDT e PR integram a base de apoio ao governador André Puccinelli e estão mais próximos hoje do PMDB.

Candidaturas nanicas - Em razão de a eleição ser realizada no Estado inteiro, com campanha nos 79 municípios, poucos partidos têm estrutura para lançar candidatos à sucessão do governador André Puccinelli. Legendas pequenas, porém, sem um compromisso de resultado, tendem a lançar candidatos para firmarem-se no cenário político e até mesmo abrir espaço para os candidatos proporcionais (deputados estaduais e federais). Além disso, muitas siglas minúsculas querem divulgar sua ideologia.

O novo partido que está sendo articulado pela ex-ministra Marina Silva, o Rede Sustentabilidade, já está sendo com pedido de registro da Comissão Provisória Estadual protocolado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Mato Grosso do Sul. A nova legenda ainda enfrenta problemas de validação de assinaturas para conseguir o registro nacional. Caso consiga o registro, vai estudar a possibilidade de lançar candidato a governador.

PSOL e PSTU também estão entre os partidos ideológicos que querem marcar posição política e tendem a lançar candidato à sucessão de André Puccinelli. O PSTU, por exemplo, tem insistido sempre com Suel Ferranti, tanto nas disputas pela prefeitura de Campo Grande quanto do governo do Estado.

Eleições passadas – A eleição para o governo do Estado em 2010 quando o governador André Puccinelli foi reeleito houve apenas três candidatos. Ele próprio, o ex-governador Zeca do PT e o comerciante Nei Braga (PSOL). A disputa com candidato à reeleição inibe a participação de outros candidatos, especialmente quando a avaliação popular do governo é de grande aprovação.

Eleição mais similar com a situação que será encontrada em 2014 é o pleito realizado em 2006. Naquele pleito, seis disputaram o governo do Estado: André Puccinelli (PMDB), Delcídio do Amaral (PT), Carlos Alberto Dutra (PSOL), Elizeu Amarilha (PSC) e Tito Lívio Canton (PV), cujo registro de candidatura acabou sendo negado.

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