Com adequações em prédios, prefeita Adriane Lopes quer zerar fila em creches
Capital tem 8 mil crianças esperando vagas e outros desafios, como novo hospital e término de obras
Depois de reduzir de 11 mil para cerca de 8 mil o número de crianças de 0 a 3 anos fora das Emeis (Escolas Municipais de Educação Infantil) de Campo Grande, a prefeita Adriane Lopes (PP) quer zerar a fila no seu último ano de mandato. O plano é continuar adequando os prédios que já existem para abrir novas salas e seguir com inaugurações de obras paradas há décadas. Até agora, ela contabiliza a retomada de 8 das 13 construções paralisadas há 15 anos.
Em entrevista exclusiva ao Campo Grande News, Adriane conta que as viagens a Brasília para buscar verbas sempre rendem um avanço nas metas que colocou para a educação, desde que assumiu a prefeitura, em abril de 2022, quando o prefeito Marquinhos Trad (PSD) renunciou para concorrer ao cargo de governador e foi derrotado.
A prefeita relata que até aquele momento, quando era vice-prefeita, não tinha conhecimento profundo do que ocorria na administração por falta de isolamento das decisões. De lá para cá, Adriane já fez reformas, em conjunto com as APMs (Associações de Pais e Mestres), em 28 das 205 escolas, que estão recebendo investimento de R$ 40 milhões.
Como uma cidade pode ter desenvolvimento sem educação de qualidade? Algumas escolas estavam com o teto desabando, chovendo dentro e com problemas de encanamento. Havia escola que não recebia reforma desde os tempos do ex-prefeito Levy Dias”, comenta a prefeita Adriane Lopes, ao relembrar a gestão da década de 70.
De vice a prefeita - Adriane conta que somente quando assumiu a prefeitura passou a ter condições de propor e implementar mudanças. Ela se orgulha ao dizer que priorizou a educação, de início, e já alcançou resultados.
“Sou curiosa, então pesquisei no Brasil todo e não encontrei referência de um programa que buscasse combater o déficit de aprendizado em função da pandemia. Não tinha no País. O nosso é referência nacional”, destaca a prefeita.
O programa Aprender Mais na Reme é oferecido no contraturno das aulas do 4º e 5º ano do Ensino Fundamental. Esses estudantes foram os mais impactados com a pandemia da covid-19, pois estavam em fase de alfabetização.
Dependentes químicos - Por outro lado, a prefeita lamenta não conseguir fazer o mesmo em todas as áreas em tão pouco tempo, como no caso da população de rua, por exemplo, que inclui dependentes químicos. Pré-candidata à reeleição, ela tem pela frente pouco mais de um ano de mandato.
Com cerca de 1,5 mil moradores de rua perambulando pela cidade e a situação do uso de drogas se agravando, Adriane detalha o que as equipes de saúde e assistência social vêm fazendo, reclama da conduta das equipes de municípios do interior do Estado e faz um apelo aos parlamentares e ao Governo Federal.
A prefeita conta que “municípios do interior despacham gente na Capital todos os dias”, o que torna impossível vencer a demanda de pessoas nas ruas.
Temos 300 vagas em comunidades terapêuticas, além das equipes dos Caps (Centro de Atenção Psicossocial), 5 abrigos e aumentamos de 4 para 12 as equipes dos Seas (Serviço Especializado em Abordagem Social ). Não posso obrigar as pessoas a irem aos abrigos, mas temos consultório de rua diariamente buscando essas pessoas, tenho cadastro de todas, de onde vieram. Estamos fazendo a nossa parte”, diz.
Para Adriane, o problema terá solução, de fato, somente quando for discutida uma política nacional, que gere a destinação de recursos federais para novas iniciativas nesse âmbito.
Infraestrutura - A prefeita trabalha na finalização dos projetos que devem ser enviados ao Governo Federal para que a Capital receba R$ 400 milhões que foram destinados para a cidade no chamado “novo PAC” (Programa de Aceleração do Crescimento). Para todo o Brasil serão destinados R$ 64,4 bilhões na primeira etapa.
O projeto de retomada das obras da Avenida Ernesto Geisel, orçado em R$ 154 milhões, já está nos planos. A obra foi iniciada há 11 anos e até hoje não foi finalizada.
Outras obras de infraestrutura e mobilidade também entrarão no PAC. Com relação às favelas, que já contam com recursos do Funaf (Fundo de Urbanização de Áreas Faveladas), criado em 1984, a prefeita destaca que não basta construir moradias.
O foco dela é investir na verticalização e ampliação do que chama de “equipamentos públicos”, ou seja, locais com serviços, lazer e infraestrutura para que as famílias de áreas regularizadas ou realocadas em moradias populares tenham tudo o que precisam no bairro ou nas proximidades.
Hospital Municipal - Outro assunto que gera “muita especulação”, nas palavras dela, é a construção do Complexo Hospitalar e de Diagnóstico Municipal de Campo Grande.
Questionada sobre posicionamentos que colocam em dúvida se é possível tirar o projeto do papel em tão pouco tempo, ela é firme na resposta. “Vai acontecer. No tempo certo, todos, inclusive a imprensa, terão as informações”, diz a prefeita.
Serão investidos R$ 200 milhões numa área de 10.000 m². O local pode ser um prédio já existente com obra parada ou um novo empreendimento. Sendo um ou outro, ela garante que vai sair do papel e não será apenas promessa, como as feitas por gestores anteriores.
Segundo a prefeita, o complexo vai atender cerca de 1,5 mil pacientes por dia, nas 25 salas de diagnóstico e 250 leitos. O projeto prevê também dez salas de centro cirúrgico e uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
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