Com mudança no horário, portões fecham e eleitores ficam sem votar na Capital
A partir das eleições de 2022, todos os locais de votação fecham às 17h de Brasília
Cerca de 30 pessoas não conseguiram votar no primeiro turno das eleições de 2022, neste domingo (2), em Campo Grande, na Escola Municipal Tomaz Ghirardelli, maior local de votação em Mato Grosso do Sul. Eles estavam em frente ao lugar minutos após fechamento dos portões em todo País, feito às 17h de Brasília, equivalente às 16h do Estado.
A dona de casa Jucimeire Batista, de 57 anos, tem poliomielite e precisava esperar o filho para exercer o direito ao voto. Primeiro, eles foram na Escola Municipal Thereza Noronha de Carvalho, no mesmo bairro, mas descobriram só na hora que o local tinha mudado. "Vim na escola debaixo e quando cheguei, descobri que era outra."
"Não sabia que tinha mudado, cheguei aqui e não consegui entrar, fiquei muito emocionada, porque tive que esperar meu filho para me trazer. Viemos votar juntos e quando cheguei lá, não era. Quando vim aqui, não conseguimos. Meu filho também votaria no mesmo lugar."
A técnica de enfermagem Eliane Fernandes, 48, falou que veio antes, mas tinha esquecido documento com foto. Ela afirma que voltou para casa, pegou o documento de RG (Registro Geral) e quando voltou, não deixaram entrar, porque estava fechado". "Fiquei muito nervosa, mas agora vou justificar. E não vou votar no segundo turno também", declara.
A dona de casa Suzana Sobrinho, 27, ressalta que sempre anula o voto, por achar que "nenhum desses políticos presta". "Hoje decidi votar, mas não deu certo. Teve outra que achou que os portões fechavam às 17h. Eu não sabia, pensei que fechava mais tarde. Não tenho preferência política e ia votar em branco, como sempre voto."
A auxiliar de limpeza Greice Mary, 26, chegou acompanhada da mãe, achou que o portão fechava às 17h. Vale lembrar que a partir destas eleições, de 2022, que o horário foi alinhado com base no de Brasília. Antes, a votação se encerrava às 17h de cada estado. "Nem fiquei decepcionada, vou justificar no primeiro turno."
Se não tiver trabalhando no segundo turno, eu voto. Senão, vou justificar também. Fiquei um pouco desanimada só, mas acontece", disse Greice.
A mãe, Cristina Souza, 46, afirmou que ficou "muito chateada". "Nas outras vezes, o portão fechou mais tarde. Hoje fechou mais cedo e ninguém sabia disso. A gente foi agora porque tínhamos que deixar as crianças com alguém. Mas tudo bem, voto em segundo turno. Vou me programar para sair mais cedo."
O construtor Laércio Pereira, 55, também achou que seria até às 18h. "A gente espera tantos anos para votar e chega aqui e não consegue. Estou um pouco decepcionado. mas tudo bem , só tinha candidato para presidência", afirmou. Laércio destaca que se houver um segundo turno, ele quer votar no próximo pleito.
Justificar o voto - O eleitor de 18 a 69 anos é obrigado a votar ou a justificar sua ausência em até 60 dias após a data da eleição. Caso falte e não se explique à Justiça Eleitoral, o cidadão precisará pagar uma multa para regularizar sua situação. O valor dessa multa é praticamente simbólico e, na maioria dos casos, equivale a 10% do valor base de R$ 35,13, cerca de R$ 3,51 por turno perdido e não justificado.
Essa multa pode ser paga pelo site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), pelo aplicativo e-Título ou comparecendo pessoalmente a um cartório eleitoral. Quem não votar, não justificar e não pagar a multa para regularizar sua situação junto à Justiça Eleitoral, pode sofrer com alguns impedimentos. Por exemplo, o cidadão não poderá obter passaporte ou carteira de identidade.
Além disso, pode ficar impedido de receber salários caso seja funcionário público, de participar de concorrência pública, de obter empréstimos junto a bancos ou entidades públicas ou de economia mista.