Com receio de fracasso, presidente da Assembleia sugere copiar exemplo de MS
Gerson Claro vê no programa estadual de concessão é modelo a ser seguido
Um dos assuntos mais falados durante esta semana, a relicitação da BR-163, segue sendo pauta entre os poderes. O presidente da Assembleia Legislativa, Gerson Claro (PP), por exemplo, acredita que a ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre) pode tomar como exemplo o modelo de concessão adotado por Mato Grosso do Sul na MS-306, que abrange trecho de Costa Rica, Chapadão do Sul e Cassilândia, hoje administrado pelo grupo Way.
"É preciso definir um plano de investimento, que passa necessariamente pelo aporte de recursos federais para amortecer o impacto sobre o preço do pedágio. Duplicar toda a rodovia, fazer todas as obras necessárias nas travessias urbanas, como o novo anel viário de Campo Grande, e querer um pedágio barato, me parece uma equação inviável de ser alcançada”, avalia.
Para ele ficou evidente, durante audiência pública desta terça-feira (21), que a agência não tem proposta consistente para resolver a situação, fato que pode levar novamente a concessão da via ao caminho do fracasso. Isso porque a CCR MS Via, concessionária que atua na BR-163, decidiu rescindir contrato após oito anos de administração e apenas 18% de duplicação concretizada.
“(A questão) não será resolvida por uma simples canetada da ANTT”, opina o presidente da Casa de Leis. Ele cita, inclusive, que o investimento federal na BR-163 em Mato Grosso foi determinante para duplicação em praticamente toda extensão no território mato-grossense, enquanto por aqui somente 174 dos 874 quilômetros foram duplicados.
Wey - Na tarde desta quinta-feira (23), Gerson foi uma das testemunhas que assinou contrato de concessão com o Grupo Way, que administrará a MS-112, entre Três Lagoas e Cassilândia, passando por Inocência, além da BR-158 no entroncamento da MS-306 em Cassilândia até a MSS-444 em Selvíria, passando por Aparecida do Taboado e Paranaíba e BR-436 até a divisa com São Paulo.
Ao todo, serão investidos R$ 3,8 bilhões, atingindo diretamente 230 mil habitantes de Cassilândia, Paranaíba, Aparecida do Taboado, Inocência, Selvíria e Três Lagoas. O projeto prevê construção de seis praças de pedágio com valor médio de R$ 12,32 em cinco delas. Quem precisar trafegar na ponte sobre o Rio Paraná, na divisa com o estado de São Paulo, pagará taxa de R$ 4.
Os trabalhos começam na próxima semana com serviço de tapa-buracos. A empresa se comprometeu, ainda, a aumentar em 40 centímetros a pista e promover o serviço de capina nas margens das rodovias. Uma terceira faixa e acostamento deverão ser construídos ao longo do tempo de concessão. A cobertura telefônica fica a cargo do grupo TIM que, até o final de 2024, ofertará 100% de sinal em qualquer lugar ao longo da rodovia.