Com salário de R$ 15 mil, até padre é cotado para subprefeitura de Anhanduí
População pede que cargo, com salário de R$ 15 mil, seja ocupado por quem conhece a demanda local
Moradores do distrito de Anhanduí, em Campo Grande, estão sem subprefeito desde 31 de dezembro do ano passado, quando Ernesto Francisco dos Santos foi exonerado pela prefeita Adriane Lopes (Patriota). Nomes de alguns possíveis subprefeitos foram levantados para assumir a vaga, inclusive, o do padre do distrito. Mas os moradores querem participar da escolha de quem, segundo eles, "conheça os problemas do distrito e lute por melhorias".
O cargo foi criado em 2017 e a cadeira foi ocupada desde então por Ernesto, que é filiado ao PSD e foi candidato a vereador em 2016. Com salário de R$ 15.148,35, a subprefeitura foi inaugurada pelo então prefeito da Capital, Marquinhos Trad (PSD), em 2021.
A escolha do nome é feita por indicação. Uma moradora, que pediu para ter o nome preservado, afirmou à reportagem ser necessário ter alguém no cargo que lute pelo distrito. “Surgiu o nome até de um padre, que já foi pároco”.
Ela falou ainda que a comunidade tem medo de o indicado não agradar à população. “Os moradores estão falando aqui que se colocarem o padre como subprefeito, vão queimar pneu na BR, chamar a imprensa”.
Grupo - A moradora comentou sobre um grupo criado no WhatsApp e disse que já defendem até um nome para assumir a vaga. "São mais de 300 moradores que querem ele como subprefeito. Não adianta nomear quem não conhece o distrito, quem não vai fazer melhorias na região".
A reportagem falou com a prefeita Adriane Lopes. Ela explicou que algumas mudanças estão sendo feitas e a definição de quem deve assumir será divulgada em breve.
Subprefeitura - Sancionada em 4 de janeiro de 2017, a Lei 5.793 criou as subprefeituras de Anhanduí e Rochedinho, vinculadas diretamente à Prefeitura de Campo Grande, determinando que estas terão competências como: supervisão, controle e acompanhamento da execução de ações locais de programas aprovados pelo prefeito; encaminhamento aos órgãos municipais, de acordo com as respectivas áreas de atuação, de demandas identificadas com os interesses dos munícipes residentes no distrito; e manutenção de mecanismos para facilitar o acesso e imprimir transparência aos serviços públicos locais.