Com troca de governo, bancada terá até 3 mudanças e chegada de novato
Marun confirmou intenção de voltar ao mandato de deputado federal até fevereiro; ida de Tereza e Mandetta para Ministério de Bolsonaro pode levar Coringa a Brasília
O ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) será um dos protagonistas de mudanças em quase metade da bancada federal logo no início de 2019. Deputado federal licenciado, ele confirmou que retornará à Câmara em 1º de janeiro, para exercer os últimos 30 dias de mandato. Isso, porém, não representa a saída de Fábio Trad (PSD), que seguirá como suplente até o início de fevereiro, quando assume a titularidade no Congresso. Além disso, o hoje suplente de vereador Ademir Vieira, o Coringa (PSD), poderá exercer um mandato tampão até a posse dos novos parlamentares.
As mudanças no Congresso são resultado tanto do retorno de Marun como da saída de dois deputados federais com mandato: Tereza Cristina e Luiz Henrique Mandetta, ambos do DEM e já confirmados como ministros no futuro governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Ambos, como Marun, ainda têm mandatos a exercer até o fim de janeiro, mas logo no início de 2019 deverão deixar a Câmara para assumirem os cargos na Esplanada dos Ministérios.
As trocas são resultado das diferentes datas para posse do presidente da República e dos parlamentares. Bolsonaro tomará posse em 1º de janeiro, quando receberá a faixa presidencial de Temer e, imediatamente, dará posse a sua equipe de governo –que inclui Tereza Cristina no Ministério da Agricultura e Mandetta na Saúde. Ambos, porém, seguiriam como deputados até 1º de fevereiro, quando ocorre a posse dos parlamentares eleitos.
Nesta sexta-feira (23), Marun confirmou que pretende reassumir o mandato em Brasília, inclusive participando da comissão especial da Câmara que atua no recesso parlamentar. “Conversei com o líder do MDB (Baleia Rossi, de São Paulo) para ele me incluir na comissão de plantão. Se incluir, é possível que eu reassuma nesse um mês de mandato”, disse o ministro.
A comissão de plantão atua apenas no recesso parlamentar, respondendo por questões administrativas e, também, convocações extraordinárias. Ela começa a trabalhar imediatamente após o início do recesso –em 23 de dezembro– e deixa de atuar no retorno dos trabalhos da Câmara. Neste ano, porém, havia a perspectiva de que a interrupção dos trabalhos na Casa fosse adiada, em virtude da necessidade de o Congresso encaminhar votações polêmicas antes do início do Governo Bolsonaro, tese que perdeu força nos últimos dias.
Trocas – Com a eventual volta de Marun, Fábio Trad, que exerce mandato na condição de seu suplente, deixaria Brasília após a posse como deputado federal titular em fevereiro. Ambos disputaram a eleição anterior pelo MDB, que estava coligado com o PSB, partido ao qual pertencia Tereza Cristina. Assim, concretizando-se a saída da deputada do Congresso, Trad permaneceria na Casa.
Já na possibilidade de Marun não integrar a comissão especial e optar por não retornar ao Congresso, as mudanças levariam à convocação do ex-deputado federal e deputado estadual eleito Marçal Filho (PSDB), que também estava no MDB e é o segundo suplente da chapa. Em 1º de fevereiro, ele assumirá o mandato na Assembleia Legislativa.
Já Mandetta, que não disputou a reeleição, já pertencia ao DEM. Na época, o partido estava coligado ao PSD e teve como primeiro suplente o então vereador Ademir Vieira. Coringa hoje é subsecretário de Defesa dos Direitos Humanos na Prefeitura de Campo Grande.
Liderança comunitária da região das Moreninhas, ele obteve 2.521 votos nas eleições de 2016. Dois anos antes, foram quase 16 mil votos para a Câmara Federal, garantindo-lhe a suplência. Em 2012, tornou-se vereador com 3.127 votos. A reportagem não conseguiu contatar Coringa para comentar a possível chegada a Brasília.
O Campo Grande News também questionou a assessoria da Câmara Federal sobre os critérios quanto a nomeação dos suplentes em um período de recesso parlamentar, mas não obteve resposta até a veiculação deste texto. Marun, contudo, afirmou que a Câmara Federal deve estar completa mesmo em período de recesso.
Desta forma, a tendência seria que a Mesa Diretora da Casa convocasse os suplentes, que receberiam proporcionalmente pelas funções –o subsídio de um deputado federal é de R$ 33,7 mil– e a possibilidade de nomear assessores até o limite de R$ 106 mil, bem como receber auxílios para transporte e moradia e custeio de escritórios parlamentares.