Constrangido, secretário de Bernal entra e sai mudo de audiência
O secretário municipal de Planejamento, Receita e Controle, Wanderlei Ben Hur da Silva, entrou mudo e saiu do mesmo jeito da audiência sobre atos do Executivo, convocada pela Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara de Campo Grande. Quando a presidente da comissão, vereadora Grazielle Machado (PR), comunicou o cancelamento da audiência, devido à ausência do outro secretário convocado, Gustavo Freire, que acumula as pastas de Receita e de Governo, o líder do prefeito, Alex do PT, reagiu de imediato, protestando, e Ben Hur ficou atônito.
Sentado à mesa dos trabalhos, no Plenário Edroim Reverdito, Vanderlei Ben Hur não chegou a ser questionado sobre os pontos da convocação. Em menos de 10 minutos a audiência foi aberta e encerrada. O secretário Ben Hur ficou assistindo ao debate entre o líder do prefeito na Casa e o presidente da Câmara, Mario Cesar (PMDB), e depois com os vereadores Grazielle Machado e Elizeu Dionízio (PSL).
Ao final, indagado pela reportagem do Campo Grande News, sobre o que iria dizer aos vereadores, sobre as modificações no Orçamento do Município, Vanderlei Ben Hur informou que no caso dos remanejamentos e suplementações de verbas orçamentárias há uma divergência que envolve questão técnica. “Estamos certos de que fizemos suplementações e não remanejamentos como dizem os vereadores”, afirmou ele, observando que isso sempre foi feito na prefeitura.
Segundo o vereador Elizeu Dionísio, integrantes da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara, o erro da prefeitura está em não considerar que o Orçamento ficou “amarrado” pela lei aprovada no ano passado, que impede remanejamentos sem autorização legislativa. Para ele, o Executivo ficou concentrado no tema sobre a redução da possibilidade de suplementação por decreto, que caiu de 30% para 5%, e não se atentou para a mudança referente ao remanejamento.
Quanto às despesas com pessoal, o secretário Vanderlei Ben Hur reafirmou o entendimento da prefeitura de que não há previsão orçamentária para o aumento de 22% concedido aos professores na gestão de Nelsinho Trad, no ano passado. ”A Lei de Responsabilidade Fiscal exige estudo de impacto financeiro e isso não tem. E no Orçamento também não foi contemplado essa aumento”, disse ele. O caso está sendo analisado pelo Ministério Público, a pedido do prefeito Alcides Bernal.