Delação de Delcídio leva à prisão de ex-senador em nova fase da Lava Jato
Gim Argello foi preso preventivamente na 28ª fase da operação
Um dos alvos da 28ª fase da Operação Lava Jato, o ex-senador Gim Argello foi citado na delação do senador Delcídio do Amaral (sem partido). O ex-parlamentar foi preso preventivamente nesta terça-feira (12) nos desdobramentos da operação que investiga desvios na Petrobras.
De acordo com o Portal Uol, em sua colaboração premiada, Delcídio afirmou que Argello cobrava propina de empreiteiras para não convocar executivos para a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) Mista da Petrobras. O ex-senador era vice-presidente da comissão, que funcionou em 2014.
Ainda conforme delação de Delcídio do Amaral, alguns membros do colegiado obrigavam, por exemplo, empreiteiro da OAS a jantar em Brasília toda segunda-feira para conversar com parlamentares, momento em que seria cobrado o “pedágio”.
Segundo o MPF (Ministério Público Federal), “foram colhidas evidências do pagamento de propina a Gim Argello pelas empreiteiras UTC Engenharia (R$ 5 milhões) e OAS (R$ 350 mil)”. O objetivo era evitar a convocação de empreiteiros nas duas CPIs: da Petrobras e a mista da estatal.
A Polícia Federal ainda cumpre dois mandados de prisão temporária, que têm como alvo dois assessores de Argello, além de quatro mandados de condução coercitiva, condução obrigatória feita por policiais.
Delcídio acertou acordo de colaboração quando ainda estava preso, também por desdobramento da Lava Jato. O conteúdo começou a ser divulgado tão logo deixou a cadeia, em fevereiro. Delcídio ainda não voltou para o Senado, pois está de licença médica. Lá, ele enfrenta um processo de cassação de seu mandato.