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Política

Delação de Delcídio tem citações a Aécio e Renan, diz jornal

Antonio Marques | 09/03/2016 08:02
Delcídio teria citado os colegas senadores Renan Calheiros e Aécio Neves em sua delação (Foto: Diculgação/Agência Senado - arquivo)
Delcídio teria citado os colegas senadores Renan Calheiros e Aécio Neves em sua delação (Foto: Diculgação/Agência Senado - arquivo)

A delação do senador Delcídio do Amaral (PT), que agravou a crise política e reacendeu a pressão da oposição pelo impeachment da presidente Dilma Roussef, traz citações a vários políticos, incluindo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o líder da oposição e candidato derrotado nas últimas eleições, senador Aécio Neves (PSDB-MG). A informação foi publicada no Jornal Folha de São Paulo nesta quarta-feira (9).

Segundo apuração do jornal paulistano com pessoas ligadas à investigação, Delcídio fez referências a integrantes das cúpulas do PMDB, PSDB e PT. A Folha esclareceu que não teve acesso ao contexto do suposto envolvimento desses políticos.

Entre os políticos citados por Delcídio estariam parlamentares já investigados no inquérito da operação Lava jato no STF (Supremo Tribunal Federal), como Renan Calheiros, Edison Lobão (PMDB-MA), Romero Jucá (PMDB-RR) e Valdir Raupp (PMDB-RO), descreve a Folha.

O Jornal afirma que Delcídio também fez referências ao presidente do PSDB, senador Aécio Neves, que já foi citado pelo doleiro Alberto Yousseff e pelo transportador de valores Carlos Alexandre Rocha, o Ceará, mas ambos os procedimentos com menções ao tucano foram arquivados.

Segundo a Folha, a simples menção feito por Delcídio não indica que os citados cometeram crimes ou que serão investigados. O Jornal informa que os investigadores da Lava Jato vão analisar se os fatos atribuídos aos senadores têm indícios mínimos para justificar o pedido de abertura de novo inquérito.

Conforme a matéria da Folha de São Paulo, a citação a Renan, por exemplo, teria sido lateral. O presidente do Senado é alvo de seis inquéritos que apuram sua suposta ligação com os desvios da Petrobras.

A delação de Delcídio ainda está na Procuradoria-Geral da República aguardando um ajuste solicitado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF.

Informações publicadas pela Revista IstoÉ, na semana passada, informou que Teori Zavascki não teria aceitado o prazo de seis meses para que a delação permanecesse em sigilo total, tempo necessário para que Delcídio pudesse acertar sua situação no Senado.

A edição da revista revelou trechos da colaboração do senador nos quais ele implica a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, que negam ilegalidades.

Outro lado – Conforme a Folha, a assessoria de Aécio Neves afirmou que não iria comentar a citação pela falta de “informação a concreta” sobre o envolvimento do senador com Delcídio.

Valdir Raupp afirmou ao Jornal Paulista que recebe com “estranheza” a informação de que teria sido citado. “Eu nunca tive uma relação mais próxima com Delcídio. Minha relação com ele sempre foi muito republicana”, disse.

A reportagem da Folha não conseguiu localizar na noite dessa terça-feira, 8, os demais senadores citados pelo senador sul-mato-grossense. Procurada, a defesa do petista disse desconhecer a delação.

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