Deputados aprovam pacote de reajustes dos servidores públicos
Servidores da Iagro conseguiram retirar projeto da categoria de pauta
Os deputados da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul aprovaram na sessão desta terça-feira (15) o pacote de reajustes apresentado a Casa pelo Governo do Estado. O pacote inclui, entre outras categorias, a Polícia Civil, 10,23%, e servidores do ensino fundamental do administrativo da Educação, com reajuste de 9,6%. No geral, os servidores públicos do Estado tiveram reajuste de 6%.
A sessão foi ocupada por servidores, que pediram a palavra para manifestar insatisfação, e até pedidos para retiradas de projetos. O primeiro a falar foi o presidente da ADUEMS (Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), Wilson Brum. Durante discurso ele falou sobre a falta de estrutura da universidade, que tem 15 prédios e mais de 8.500 alunos.
Brum se recordou do corte de verba da instituição, que deixou de receber 2% da arrecadação estadual, e disse que hoje a universidade passa por dificuldade, com repasses insuficientes. O presidente da ADUEMS também reclamou da falta de diálogo com o Governo, alegando que os funcionários da UEMS não foram chamados para as negociações. A categoria alega que há uma defasagem de 60% no salário da categoria de 2006 a 2012, se comparado ao reajuste do salário mínimo.
A presidente do Sisems (Sindicato dos Fiscais Agrônomos de MS), Glaucy da Conceição Ortiz, foi a segunda a falar. Ela alegou que não houve avanço nos pontos divergentes do Plano de Cargos e Carreiras da categoria e apresentou um requerimento assinado por 345 servidores que pedia a retirada do projeto até que chegue-se a um equilíbrio de interesse entre o Executivo e os servidores.
O presidente da Assembleia Legislativa, Jerson Domingos (PMDB), atribuiu a ela a responsabilidade sobre o pedido e depois, com aprovação dos líderes de bancadas, retirou o projeto de pauta. “Quem esperou quatro anos... se esperar mais dois meses está no lucro”.
A presidente do sindicato da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), Terezinha Nantes, também falou durante a sessão. Ela disse que os pontos de distorção na carreira não estão contemplados na proposta do governador,citando como exemplo o caso dos técnicos agrícolas, que recebem bem menos do que os gestores, mesmo desempenhando função semelhante. Apesar disso, pediu aos deputados que votassem a favor do pacote de projetos, alegando que contempla parte da categoria que entrou na Agraer recentemente.
O presidente da Fetems (Federação de Trabalhadores da Educação de Mato Grosso do Sul), Roberto Botareli, foi o último a falar em nome dos servidores. Ele disse que a categoria aceitou a proposta de conversar com o Governo em agosto porque os deputados se comprometeram em avalizar o processo. Em troca, os servidores pediram o compromisso dos deputados em cobrar o Governo para que a proposta de melhoria para a categoria vá adiante.
Caso os deputados descumpram este acordo, a Fetems promete uma greve por tempo indeterminado a partir do mês de outubro. Apesar do entendimento, a Fetems pediu para que os servidores do administrativo cumpram apenas a sua função e não se desdobrem para fazer outras atividades e cobrir falta de novos funcionários.