Deputados criticam Bernal por invasão da prefeitura e calúnias a juízes
O dia na sessão da Assembleia Legislativa foi de embates sobre a “invasão” a sede da Prefeitura Municipal da Capital na última quinta-feira (15) e críticas ao vídeo publicado em que Alcides Bernal ofende juízes e desembargadores. Em vídeo publicado na internet, o prefeito cassado em 12 de março deste ano, acusa magistrados de "corruptos e marginais".
A maioria dos deputados estaduais presentes condenou o ato que marcou a volta de Bernal ao comando da prefeitura. A bancada do PMDB puxou o coro. “Como que um advogado, ex-vereador e deputado age de forma descontrolada, recebendo uma ordem judicial, sem esperar a publicação no Diário Oficial e invade a Prefeitura. Nossa bancada irá acompanhar o que a da Câmara decidir. Eles que tem legitimidade para agir sobre este caso”, comentou o líder do PMDB na Assembleia Legislativa, Eduardo Rocha.
Sobre o vídeo, Rocha pede para Bernal dar “nome aos bois”, e crê que o caso agravou a situação do ex-prefeito. “São graves as acusações e ofensas feitas por ele. São necessárias providencias, ele chamou pessoas de lobos e corruptos, então terá que dar nome. Isso agravou mais o quadro dele, o Bernal para mim já era”, ressalta Eduardo.
O deputado Carlos Marun (PMDB), também criticou Bernal, e afirma que a cidade de Campo Grande sofreu um retrocesso com todo o caos iniciado com a invasão na quinta-feira (15) e a publicação do vídeo. “Um absurdo. Campo Grande assistiu um assalto numa atitude que envergonha e diminui a qualidade da Capital para quem vê de fora. Não vi o vídeo ainda, mas li sobre, isso é um detalhe do contexto que foi a invasão na última quinta-feira. Ele está longe de ter capacidade de administrar a cidade”, avalia Marun.
A deputada Dione Hashioka (PSDB) também comentou o caso, contestando a forma de que o prédio foi invadido. “Extrapolou todos os limites. Um abuso de poder, ele não poderia estar entrando da forma que foi”, pontuou Dione.
Ao lado de Alcides Bernal, a cúpula do PT (Partido dos Trabalhadores) teve como seus “advogados” Cabo Almi e Amarildo Cruz. Os deputados, tratam como de direito do ex-prefeito voltar ao prédio de forma imediata e dizem não ter visto o vídeo. “A liminar exigia o retorno ao cargo imediatamente. Não vi quebra-quebra, fui sim ao prédio para cumprimentar Bernal, às 19 horas daquela quinta-feira, não vi o vídeo também, mas a forma que retiraram ele do poder, é mais do que natural que gerem essas reações. Se tiveram depredações, é por culpa desta guerra que criaram aqui”, julga Cruz.
Ainda durante a sessão, houve muito bate boca entre os deputados dos dois lados, com cada um tentando defender o seu lado.
Ao fim da sessão, o deputado que a presidia, Márcio Monteiro do PSDB, também condenou a ação. “Lastimável. Independente do cumprimento0 de uma liminar, da forma que foi, com vandalismo e desordenada. Pode prejudicar e muito a gestão da cidade de Campo Grande. Sobre o vídeo mostra o desequilíbrio de Alcides Bernal, algo extremamente grave. Esta é a pessoa que se diz prefeito da Capital?”, concluiu.