Deputados vão se reunir com médicos para discutir greve na Capital
Os deputados estaduais marcaram uma reunião nesta tarde (26), a partir das 14h, na salada da presidência da Assembleia, para discutir a situação de greve dos médicos de Campo Grande. Esta proposição feita pela comissão de saúde da Casa de Leis terá a presença dos representantes da categoria, já a prefeitura ainda não confirmou participação.
Esta reunião foi acordada após representantes dos médicos usarem a tribuna da Assembleia, durante a sessão de hoje, para explicar com está as condições de saúde na Capital, além da situação de greve, diante do corte de gratificações e falta de reajuste à categoria, pela prefeitura de Campo Grande.
“Assim como aconteceu no caso da Santa Casa, novamente iremos intermediar esta discussão em busca de um acordo, da outra vez deu certo, espero que neste encontro ambos os lados possam se entender”, disse a deputada Mara Caseiro (PT do B), presidente da comissão.
A princípio só iria participar os deputados da comissão, mas os demais colegas pediram para fazer parte deste diálogo. “Todos estão convidados, a prefeitura ainda não confirmou se vai enviar o superintendente da Sesau, Virgílio Gonçalves”, ponderou Caseiro.
Diálogo – O presidente do Sindicato dos Médicos de MS, Valdir Shigueiro Siroma, ressaltou que a categoria desde o ano passado pede melhores condições de trabalho, segurança e valorização, no entanto neste ano a prefeitura além de cortar gratificações, ainda sugeriu o índice zero de reajuste.
“Já tivemos várias reuniões, mas sempre os representantes da prefeitura não tinham autonomia para fechar acordo, por isso continuamos com a greve, porém com responsabilidade, tanto que 30% dos médicos estão trabalhando”, disse ele.
Valdir salientou que são 1.400 médicos na Capital, sendo 706 concursados, mas que eles buscam um acerto com a prefeitura, já que não escolheram esta profissão para “fazer greve” e sim para “salvar vidas”.
O secretário da Federação Nacional de Médicos, Eglif de Negreiros Filho, ressaltou que sua entidade representa 435 mil médicos em todo país e vieram a Campo Grande para dar apoio a categoria. “Não aceitamos a maneira como a prefeitura está conduzindo este processo, temos um quadro médico de qualidade aqui, mas precisa de locais dignos de trabalho”.
Ele ainda ponderou que a greve é um instrumento legal do trabalhador, mas que foi a última alternativa, sendo inclusive a primeira vez no Estado.