Desiludidos com Bernal sindicalistas se dividem sobre investigação
Desiludidos com a gestão do prefeito Alcides Bernal (PP), conselheiros municipais, movimentos e sindicalistas já lotaram os 364 lugares do plenário da Câmara Municipal de Campo Grande. As portas já foram fechadas para impedir o acesso de mais manifestantes. No entanto, conselheiros e desiludidos querem a instalação da Comissão Processante, enquanto os movimentos sociais e sindicatos querem abortar a investigação.
O militar aposentado Lincon Samá, 52 anos, afirmou que está muito decepcionado com o prefeito. Ele contou que é amigo de infância de Bernal e trabalhou na campanha pela sua eleição em 2012. No entanto, Samá disse que o progressista deixou a desejar ao não cumprir as promessas de campanha.
“Aparentemente, o Bernal não apresentou serviço e tem que ser investigado”, defendeu a autônoma Lucienne Caldeira, 32.
Também há um movimento organizado pela instalação da Comissão Processante. Integrante do Conselho Regional do Imbirussu, Elvis Rangel, mobilizou 250 conselheiros em favor da Comissão Processante. “Sou totalmente favorável à Comissão Processante porque há indícios fortes e falhas que devem ser investigados”, afirmou Rangel.
Ele disse que se a Câmara Municipal recusar o pedido, novo pedido será apresentado na quinta-feira. E ainda promete apresentar pedido para o Ministério Público Estadual (MPE) investigar os vereadores por não investigarem o prefeito. “O Bernal não pode ficar se defendendo via imprensa e facebook”, acusou.
Favoráveis – Mas há cidadãos que foram voluntariamente defender o prefeito. Esse é o caso da auxiliar de serviços gerais Alessandra Coelho, 26, que levou os três filhos para a sessão: Saymon, de um ano e dois meses, Sara, 2, e Thales, 8. “Não foi a comunicada que colocou o cara, devia pensar nisso antes”, justificou-se, ao defender o arquivamento do pedido de investigação.
Já o presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Roberto César Botarelli, o legislativo não deveria restringir a entrada do povo. Ele integra os movimentos sociais e sindicatos que defendem o mandato de Bernal.
Ele acusou a Câmara de querer criminalizar os movimentos sociais e não querer a presença do povo. A primeira acusação é por causa de uma agenda, de Abílio Borges, de que mostra mobilização, inclusive com a importação de pessoas, para atos a favor de Bernal no legislativo municipal. O caderno com as anotações foi encaminhado à Polícia Civil. A segunda é por causa da restrição do acesso ao plenário apenas a 360 pessoas.
A segurança da Câmara é feita por 31 policiais militares e 11 guardas municipais.