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Política

Em aldeia, etnia indígena não é critério para escolher candidato

Dos entrevistados pela reportagem, nenhum irá votar em representantes da mesma etnia

Por Jéssica Fernandes e Genifer Valeriano | 05/10/2024 18:52
Moradores da Aldeia Marçal de Souza, no Tiradentes. (Foto: Osmar Veiga)
Moradores da Aldeia Marçal de Souza, no Tiradentes. (Foto: Osmar Veiga)

Em 2024, Campo Grande tem apenas 1.38% de candidatos indígenas disputando as eleições na expectativa de conquistar uma cadeira na Câmara Municipal. O eleitorado, que compartilha da mesma etnia, corresponde a 1% e ao que tudo indica a representatividade não é decisiva na hora de votar.

Segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), os sete candidatos autodeclarados indígenas representam os partidos Solidariedade, PT, PL, PP, PRF, PSD e Rede. Dos 646.198 eleitores da Capital que declararam a etnia, 450 indígenas responderam que são indígenas.

Uma parcela desse público reside na aldeia Marçal de Souza que é uma das cinco aldeias urbanas junto com Água Bonita, Tarsila do Amaral e Darcy Ribeiro. A um dia das eleições, alguns dos moradores entrevistados na aldeia localizada no Bairro Tiradentes não escolheram nenhum representante indígena.

Bianca Francelino escolheu votar em um candidato à vereador branco. (Foto: Osmar Veiga)
Bianca Francelino escolheu votar em um candidato à vereador branco. (Foto: Osmar Veiga)

Bianca Francelino, de 23 anos, costuma estar antenada no cenário político da cidade independente de ser ou não ano de eleição. Na avaliação dela, os atuais representantes eleitos deixaram a desejar, principalmente, nas áreas da saúde e educação.

De encontro com a escolha de alguns caciques, ela relata que já escolheu um candidato, mas que ele é branco. “Esse ano estamos apoiando um candidato branco que já vem trabalhando na causa indígena. Pelo que conheço, dos 27 caciques, 15 estão apoiando ele. Conheço alguns candidatos que são indígenas, mas esse ano optei por ele pelo trabalho que vem fazendo”, afirma.

Ela compartilha da opinião que representatividade é importante, porém no cenário atual não é uma prioridade na hora de votar. O negócio, segundo a jovem, é acompanhar as discussões e escolher o melhor candidato. “Acho muito interessante a discussão e sempre to acompanhando, inclusive falei para uma colega esses dias que é importante votarmos e escolhermos nossos representantes, porque depois não podemos reclamar”, afirma.

Joab Jordão vê como importante a representatividade na política. (Foto: Osmar Veiga)
Joab Jordão vê como importante a representatividade na política. (Foto: Osmar Veiga)

Com o candidato a vereador definido para votar no domingo (06), Joab Jordão, de 35 anos, também não irá votar em nenhum da mesma etnia apesar de conhecer alguns que estão na disputa eleitoral.

O autônomo justifica que tomou a decisão, pois outros propuseram resoluções para setores que precisam de melhorias. “A minha escolha foi pelas propostas, avaliei as que beneficiam a saúde, bairros e saneamento”, fala. Independente do voto de amanhã, Joab segue acreditando que a representatividade tem seu papel na política.

“Acredito que se tivéssemos mais indígenas na bancada teríamos mais representatividade, voz e apoio para as nossas causas, mas na hora de votar eu avalio as propostas e vejo as que são mais vantajosas independente do candidato ser indígena ou não”, completa.

No time dos eleitores indecisos, Orlando Virgilio, de 45 anos, ainda não sabe em quem votar amanhã mesmo tendo acompanhado os debates. A única certeza do servente é que o candidato ser indígena não é fator decisivo.

Diferente de Orlando, Eli Rodrigues, de 50 anos, já sabe qual número irá digitar na urna. Na hora de escolher um representante, ela conta que sempre avalia quais benefícios o mesmo deve trazer e que neste ano nenhum dos candidatos indígenas a convenceram.

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