Escolha de Giroto define polos da disputa pela prefeitura da Capital
Vander Loubet, do PT, e Reinaldo Azambuja, do PSDB, completam o trio dos que devem disputar a eleições pelos maiores grupos políticos
O anúncio do nome do candidato do PMDB para a eleição em 2012, com a oficialização do deputado federal Edson Giroto, a ser carimbada na segunda-feira, define os rumos da campanha política em Campo Grande. Giroto se juntada aos também deputados federais Vander Loubet (PT) e Reinaldo Azambuja (PSDB), como polos da disputa deste ano pelos maiores grupos políticos.
A aposta no meio político é de outra disputa acirrada entre o PT de Vander, que tem o apoio do Governo Federal, e o PMDB de Giroto, com as bênçãos do governador André Puccinelli (PMDB) e do prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho (PMDB). Este ano, porém, o embate tem uma terceira força, tucana, o que pode mudar uma escrita política que vem desde 1996.
PT e PMDB são rivais históricos na disputa pela prefeitura de Campo Grande desde aquele ano, quando Puccinelli derrotou, por menos de 500 votos de diferença, Zeca do PT. A época a eleição foi contestada e deu início a uma rivalidade que nunca foi cessada entre os dois partidos.
Após a eleição de 1996, Puccinelli e Trad venceram facilmente as eleições seguintes, com candidatura do próprio Vander, que já perdeu a eleição para prefeito para Trad. A justificativa do PT para insistir em Vander é de que a eleição apresenta um novo cenário, sem nomes já consagrados.
O PMDB, por sua vez, tem em Giroto a continuidade do trabalho de Puccinelli e Trad. Giroto e Puccinelli se conheceram em Paraníba no ano de 1988, durante uma edição do governo itinerante na gestão de Marcelo Miranda. Na ocasião, os dois se tornaram grandes amigos, o que resultou no trabalho do deputado na coordenação de campanha de Puccinelli em 1996.
A eleição de Puccinelli, na emblemática disputa com Zeca, levou Giroto à secretária de Obras de Campo Grande por oito anos, na administração de Puccinelli, e dois anos com Trad à frente da Prefeitura. Durante o trabalho, Giroto inaugurou 805 obras, o que diz ter lhe feito conhecer todo o município de Campo Grande.
Disputa entre aliados - Neste ano, um fato novo é o PSDB com candidato próprio. O partido, que sempre esteve ao lado do PMDB no embate com o PT, agora se lança como uma nova via, com a pré-candidatura de Reinaldo Azambuja.
O deputado federal, que já foi prefeito de Maracaju por oito anos, aposta na boa aceitação do partido na Capital e no interesse de quem deseja fugir da tradicional rivalidade entre PT e o PMDB no Estado. Ele tem, ainda, um histórico de "bom de voto". Na eleição para deputado federal, perdeu apenas para Giroto em número de votos.
O fato curioso nesta eleição entre PT, PMDB e PSDB é o fato do trio de pré-candidatos atuarem em Brasília. O trabalho na Câmara Federal, representando a bancada do Estado, aproximou os candidatos, o que pode garantir um debate de ideias, longe das ofensas identificadas em outros debates na Capital e no Estado.
O PPS também ameaça concorrer fora do seu grupo político. O partido aposta na candidatura do vereador Athayde Nery (PPS) para participar do debate e evitar que “se repita o que ocorreu na eleição passada, para governador, quando a campanha se concentrou em ataques pessoais e não em projetos”.
Indefinição - A eleição de 2012 também apresenta as candidaturas do deputado estadual Alcides Bernal (PP) e do ex-deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT). Bernal afirma que será candidato e chegou a apresentar um vídeo com o presidente nacional do PP, Francisco Dornelles, dizendo que ele será um bom prefeito.
Porém, o deputado ainda vive em conflito interno com o presidente do PP em Campo Grande, Paulo Matos, que também quer ser candidato e diz que o partido não pode lançar candidatura sem estrutura, mesmo que pesquisas apontem uma alta popularidade. Para justificar o pensamento, Matos diz que pesquisa não ganha eleição. Nos bastidores, o caminho traçado para Bernal é compor chapa com o PMDB, como vice de Giroto, formação que o governador André Puccinelli já disse que pode ser boa.
Dagoberto Nogueira, do PDT, também não tem sua candidatura oficializada. O ex-deputado declarou que deseja ser candidato, mas avalia que o partido não pode lançar candidatura sem estrutura. Para resolver o problema, Dagoberto sugeriu uma pesquisa entre candidatos da oposição, o que foi rejeitado pelo PT.
Assim, o PDT ainda se reunirá para decidir o que fazer. Nesta indefinição, não está descartada a possibilidade do partido apoiar o PMDB, o que é defendido pelo vereador presidente municipal do partido, vereador Paulo Pedra.