Esposa defende delação premiada para que Delcídio passe o Natal em casa
A esposa do senador Delcídio Amaral (PT-MS), Maika do Amaral Gomez, é apontada hoje como uma das maiores defensoras da delação premiada do marido, preso desde a última quarta-feira (25), na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília.
Segundo o Portal Uol Notícias, os amigos do senador consideram pequenas as chances de Delcídio conseguir um habeas corpus na Justiça após a divulgação da gravação feita por Bernardo Cerveró.
Maika tem dito o marido não pode pagar sozinho por erros cometidos pelo PT e pelo Planalto e que a delação seria uma forma do senador garantir as festas de fim de ano em casa, com a família. Delcídio era líder do governo até ser preso pela PF na quarta-feira. Na delação, ele contaria o que sabe sobre o esquema de corrupção e desvios na Petrobrás em troca de benefícios concedidos pela Justiça.
Em depoimento prestado a PF (Polícia Federal) na última quinta-feira(26), Delcídio citou a presidente Dilma Rousseff, de maneira espontânea, pelo menos três vezes. "A então ministra (de Minas e Energia no governo Lula) Dilma já conhecia Nestor Cerveró desde a época em que ela atuou como secretária de Energia no governo Olívio Dutra, no Rio Grande do Sul", afirmou o senador.
Delcídio também foi questionado sobre a delação de Fernando Baiano. A polícia investiga como uma cópia do documento, que é sigiloso, foi parar no gabinete do senador. Em depoimento, Delcídio disse que: “Que tomou conhecimento das declarações de Fernando Baiano que implicam o declarante, o que ocorreu, inicialmente, a partir de matérias veiculadas na imprensa e, passado algum tempo, por trechos dessas declarações que foram levadas à liderança do governo no Senado, possivelmente através de algum servidor do gabinete que as obteve com algum jornalista”.
As citações de Baiano eram sobre “a aquisição de sondas pela Petrobras ou a compra da refinaria de Pasadena”, ainda conforme o depoimento do senador.
No entanto, as buscas e apreensões na casa, escritório e gabinete de Delcídio, foram pedidas pelo procurador-geral da república, Rodrigo Janot, pois em gravações feitas pela PF, o senador dizia que teve acesso ao documento da delação. Para o procurador, o repasse do documento é fruto de um “canal de vazamento”, que deve ser investigado.
A informação sobre a apreensão da delação de Baiano foi confirmada ao jornal GLOBO pelo advogado Délio Lins e Silva, que defende o chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira Rodrigues. Diogo deve ser solto hoje(29), já que teve prisão temporária decretada.
O acordo de delação precisa ser acertado com a Procuradoria-Geral da República e, depois, homologado pelo STF.
(Matéria editada para correção de informações)