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Política

Ex-prefeito de Corumbá nega envolvimento em fraude de Campinas

Fabiano Arruda | 27/05/2011 10:49

Pecuarista José Carlos Bumlai deve ser ouvido hoje

Cândia prestou depoimento ontem à tarde. (Foto: Leandro Ferreira/AAN)
Cândia prestou depoimento ontem à tarde. (Foto: Leandro Ferreira/AAN)

O ex-prefeito de Corumbá Ricardo Chimirri Cândia, que foi diretor de Planejamento da Prefeitura de Campinas (SP), um dos presos na operação desencadeada pelo Gaeco e Ministério Público há uma semana, negou envolvimento no suposto esquema de fraudes em contratos públicos e pagamento de propina da Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A). Cândia prestou depoimento ontem à tarde a promotores.

Ele, que é apontado como braço direito da primeira-dama de Campinas, Rosely Nassim Jorge Santos, atuaria como responsável por receber e destinar o dinheiro de propina em nome de Rosely, que seria a líder de toda a engrenagem.

O depoimento de Cândia, segundo seu advogado Ralph Tórtima Stettinger Filho, vai na contramão do que foi investigado até agora pelo MP. “Ele disse que não eram amigos, que não tinham contato íntimo e que se conheciam”, disse Stettinger Filho, após o depoimento que durou cerca de três horas no 2º Distrito Policial de Campinas.

Apesar de Cândia ter negado vínculo com Rosely, segundo divulgado pela empresa de Campinas, consta na página 284 do relatório do MP que “conforme explicado pelo senhor Luiz Augusto Castrillon de Aquino, o senhor Ricardo Chimirri Cândia atua diretamente com a senhora Rosely Nassim Jorge Santos no recebimento e destinação dos valores provenientes do esquema de corrupção da Sanasa".

Cândia, de acordo com seu advogado, confirmou somente participação na campanha eleitoral do prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT), em 2008, com recebimento de dinheiro cujo valor não foi informado. Quanto a Aquino, segundo o advogado, Cândia confirmou que os dois tinham uma relação pessoal e política. O ex-prefeito de Corumbá foi diretor financeiro da Sanasa até 2006.

Ontem, o ex-diretor da Sanesul e da Sanasa, Aurélio Cance Junior, também negou participação no esquema.

Cance e Francisco de Lagos, que foi secretário de Cultura em Campo Grande, na prefeitura de Lúdio Coelho, que era considerado foragido e não chegou a ser preso na operação, foram beneficiados com decisão do TJ/SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), ontem, de revogação da prisão preventiva.

Cândia, Cance Júnior e Francisco Lagos formam a “República de Mato Grosso do Sul”, alvo de investigações no caso.

Novos depoimentos - Na tarde desta sexta-feira deve ser ouvido pelos promotores do Gaeco, em Campinas, o empresário e pecuarista sul-mato-grossense José Carlos Bumlai.

Amigo do ex-presidente Lula, ele foi apontado nas investigações no depoimento do ex-presidente da Sanasa Luiz Augusto Castrillon de Aquino, sob acordo de delação premiada, como recebedor de recursos da empresa Constran por contratos supostamente superfaturados mantidos com a empresa mista. Os valores teriam como destino o PT nacional e até mesmo o governo Lula.

Segundo informações de matéria publicada pela Agência Estado nesta quinta-feira, Bumlai é citado em escuta telefônica que pegou um advogado e Luiz Castrillon de Aquino, delator das fraudes. Na conversa gravada, Aquino diz que Bumlai estaria interessado em fazer delação premiada para “proteger Lula”. Ele cita o nome do empresário Italo Barioni, do grupo brasileiro Contem, em Campinas, usada por um amigo do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) na aquisição da Contem Canada Inc.

“Não conheço estas pessoas, não tenho ligação com prefeitura de lugar algum. Estou perplexo com tudo isso”, explicou em entrevista ao Campo Grande News.

“Meu advogado está tomando as providências cabíveis e o assunto será esclarecido. Não quero falar mais para não comprometer minha defesa”, complementou. (Com informações do grupo Rede Anhanguera de Comunicação)

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