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Política

Operação em SP apreende R$ 30 mil em carro de ex-prefeito de Corumbá

Fabiano Arruda | 20/05/2011 11:30
Aurélio Cance Júnior, ex-diretor da Sanesul, é um dos presos na operação. (Foto: EPTV)
Aurélio Cance Júnior, ex-diretor da Sanesul, é um dos presos na operação. (Foto: EPTV)

A força-tarefa desencadeada na madrugada desta sexta-feira, em Campinas, pela Polícia Civil e Ministério Público de São Paulo, apreendeu R$ 30 mil no porta-malas do carro do ex-prefeito de Corumbá, Ricardo Chimirri Cândia, que foi diretor de Planejamento da Prefeitura campinense.

As investigações são referentes ao caso de irregularidades no caso Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A).

Ralph Tórtima Filho, advogado do ex-secretário municipal de Controle Urbano, Ricardo Candia, disse nesta sexta-feira, segundo informações divulgadas pela EPTV, que o ex-prefeito de Corumbá já havia se comprometido a depor. “Estamos entrando com um pedido de revogação desta prisão”, disse.

Além de Cândia, também foi preso o ex-diretor da Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul), Aurélio Cance Júnior, que era diretor técnico da Sanasa. A imprensa nacional trata o grupo como "República de Corumbá".

Ele chegou num camburão hoje na Corregedoria da Polícia Civil, no Centro de Campinas. Perguntado o que tinha a dizer da prisão, afirmou: “Isso é um absurdo. Não sei de nada. Não sei nem qual é a acusação”.

Francisco de Lagos, que foi secretário de Cultura em Campo Grande, na prefeitura de Lúdio Coelho e também foi presidente da Fundesporte no governo Pedro Pedrossian, e exercia o cargo de secretário de Comunicação em Campinas, é tido como foragido.

Além dos R$ 30 mil encontrados no carro de Ricardo Cândia, a operação apreendeu R$ 60 mil na casa do atual vice-prefeito Demétrio Vilagra.

A Prefeitura de Campinas disse que não vai se pronunciar sobre o caso por enquanto.

Confira a lista de mandados de prisão e o cronograma da operação, em matéria veiculada pelo grupo de comunicação RAC (Rede Anhanguera de Comunicação):

Ex-prefeito de Corumbá, Ricardo Cândia, preso na força-tarefa. (Foto: Reprodução/EPTV)
Ex-prefeito de Corumbá, Ricardo Cândia, preso na força-tarefa. (Foto: Reprodução/EPTV)

Até agora foram presos Aurélio Cance Jr. (Diretor da Sanasa), Ricardo Chimirri Cândia (Ex-diretor de Planejamento da Prefeitura), Gregório

Wanderley Cerveira (Empresário), João Thomaz Pereira Jr. (Empresário)João Carlos Gutierrez (Empresário), Alfredo Ferreira Antunes (Empresário)Augusto Ribeiro Antunes (Empresário), Marcelo Figueiredo (Empresário) Luiz Arnaldo Pereira Mayer (Empresário), Pedro Luiz Ibrahin Hallack (Empresário), Valdir Carlos Boscato (Empresário), Dalton dos Santos Avancini (Empresário).

São considerados foragidos Demétrio Vilagra (Vice-prefeito de Campinas), Carlos Henrique Pinto (Secretário de Segurança de Campinas), Francisco de Lagos (Secretário de Comunicação de Campinas), Ivan Goretti de Deus (Promotor de Eventos), Maurício de Paulo Manduca (Lobista), Emerson Geraldo de Oliveira (Lobista), José Carlos Cepera (Empresário), Gabriel Ibrahin Gutierrez (Empresário).

Cronograma do caso

17 de setembro de 2010 - O Gaeco e a Corregedoria da Polícia Civil desmontam um esquema de fraudes em licitação. Oito pessoas foram presas entre elas o empresário paulistano José Carlos Cepera e os lobistas campineiros, Maurício de Paulo Manduca e Emerson Geraldo de Oliveira. O esquema atingiu 11 prefeituras, incluindo a Sanasa em Campinas. As apurações apontaram um prejuízo de R$ 615,7 milhões.

23 de setembro de 2010 - Um computador do prédio do Ministério Público que continha informações sobre as investigações de fraudes nas licitações é furtado durante a madrugada.

30 de setembro de 2010 - A primeira análise feita pelas sindicâncias abertas pela Prefeitura para investigar o caso não apontam irregularidades.

18 de outubro de 2010 - A sindicância aberta pela Sanasa também não identificou irregularidades nos contratos com as empresas de Cepera.

19 de outubro de 2010 - A Sanasa contrata por R$ 360 mil o escritório de advocacia Oliveira Lima, Hungria Dall'Acqua & Furrier para defender a empresa. Oliveira Lima já atuou como advogado do ex-minitros da Casa Civil, José Dirceu e do médico Roger Abdelmassih.

28 de outubro de 2010 - O presidente da Sanasa Lauro Péricles Gonçalves presta depoimento na CPI. O diretor técnico da empresa, Aurélio Cance Júnior, esteve no depoimento e afirmou que a Sanasa não iria romper os contratos com as empresas denunciadas e abriria novos processo de licitação ao término das prestações de serviço. Cance afirma conhecer Cepera.

08 de dezembro de 2010 - Um policial federal envolvido nas investigações de fraudes em licitações é encontrado morto em Campinas. A Corregedoria da Polícia passa a investigar a morte do policial que era chefe do departamento de inteligencia da PF.

04 de janeiro de 2011 - A Sanasa prorroga o contrato com a Pluriserv, uma das empresas denunciadas. O aditamento no valor de R$ 500 mil para o serviço de segurança foi prolongado por um mês.

18 de janeiro de 2011 - O juiz da 3ª Vara Criminal de Campinas acata a ação de peculato proposta pelo MP pela contratação do advogado Oliveira Lima.

24 de janeiro de 2011 - A CPI da Sanasa na Câmara é encerrada e os vereadores não encontram irregularidades.

Ex-secretário de Cultura em Campo Grande, Francisco Lagos é tido como foragido. (Foto: Divulgação)
Ex-secretário de Cultura em Campo Grande, Francisco Lagos é tido como foragido. (Foto: Divulgação)

12 de abril de 2011 – O MP faz 17 novas convocações para depoimentos. Na lista estão a primeira-dama, Rosely Nassim Jorge Santos, o secretário de Cooperação nos Assuntos de Segurança Pública, Carlos Henrique Pinto, o coordenador de Comunicação, Francisco de Lagos, o presidente da Sanasa, Lauro Péricles Gonçalves, além de empresários e outros dirigentes públicos.

19 de abril de 2011 – O MP passa a investigar as empresas da família do ex-diretor de Planejamento da Prefeitura, Ricardo Chimirri Cândia. O empresário possui 19 terrenos alugados para a instalação de telefonia celular.

20 de abril de 2011 – A oposição na Câmara Municipal de Campinas articula a criação de uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as mais recentes denúncias de supostas fraudes nos contratos da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A. (Sanasa).

22 de abril de 2011 – O Ministério Público (MP) em Campinas ouve o lobista Maurício de Paulo Manduca no processo que investiga supostas fraudes em sete contratos da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa). Manduca foi apontado como um intermediador num esquema de fraudes e direcionamento em contratos públicos e lavagem de dinheiro, operado por seis empresas do empresário paulistano, José Carlos Cepera. O lobista chegou a ser preso em setembro do ano passado, quando o caso veio à tona, mas conseguiu na Justiça o direito de responder o processo em liberdade.

25 de abril de 2011 – Numa tentativa de livrar o Executivo de mais desgastes na Câmara, os vereadores da base governista partiram para a coleta de assinaturas de uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Desta vez, a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa), sai de foco para dar lugar as antenas de telefonia celular. A CPI das antenas segundo o líder de governo, Francisco Sellin, pode reforçar o trabalho de investigação que teve início dentro da Prefeitura.

06 de maio de 2011 – A Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A (Sanasa) terá que submeter à análise e aprovação da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), em 90 dias, um plano de recuperação ambiental da área de proteção permanente (APP) do Córrego Boa Vista, no distrito de Aparecidinha, sob pena de multa diária de R$ 2 mil. Naquele local, caminhões da empresa foram flagrados, no ano passado, fazendo o depósito irregular de resíduos.

06 de maio de 2011 - O proprietário da Miami Store José Carlos Said Diaz negou conhecer o ex-diretor de Planejamento de Campinas Ricardo Chimirri Cândia, após prestar depoimento no Ministério Público (MP). O empresário rebateu também que mantenha qualquer contato com o primeiro escalão do governo Hélio de Oliveira Santos (PDT). Diaz foi ouvido no processo que apura supostas fraudes em contratos da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) e também de envolvimento de dirigentes públicos em irregularidades. O promotor de eventos Ivan Goretti de Deus também prestou esclarecimentos ontem à promotoria.

06 de maio de 2011 - Como se já não bastassem as investigações do Caso Sanasa, que envolvem o primeiro escalão da Prefeitura de Campinas, agora o prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT) será notificado, a pedido da Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo de Campinas, sobre ofício contendo “recomendações” a respeito de “parcelamentos de solo realizados irregularmente” envolvendo empreendimentos do Programa Minha Casa, Minha Vida, segundo informa a assessoria de imprensa do MP. O pedido de notificação já foi deferido pela 1ª Vara da Fazenda Pública de Campinas, ainda de acordo com o MP.

07 de maio de 2011 - O prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos (PDT), tenta obter no Tribunal de Justiça (TJ) do Estado de São Paulo um habeas corpus para evitar que as investigações do Ministério Público (MP) relacionadas à Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A. (Sanasa) tenham qualquer consequência contra ele e a primeira-dama e secretária chefe de Gabinete, Rosely Nassim Jorge Santos.

20 de maio de 2011 - O vice-prefeito de Campinas, Demétrio Vilagra, e os secretários de Segurança, Carlos Henrique Pinto, e de Comunicação, Francisco de Lagos, estão sendo procurados pela Polícia Civil em Campinas. Eles fazem parte da lista de 20 mandados de prisão relacionados ao Caso Sanasa. A informação é do delegado da Corregedoria da Polícia Civil Roveraldo Bataglini, que integra a operação deflagrada pelo Ministério Público na madrugada desta sexta-feira (20). Na lista estão dirigentes públicos, secretários municipais, empresários e lobistas.

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