Fábio Trad convoca aliados para cassação de André Vargas
O deputado federal Fábio Trad (PMDB-MS) conduziu o voto do PMDB nesta quarta-feira (10) pela cassação do deputado paranaense André Vargas (sem partido), acusado de quebrar o decoro parlamentar ao ter atuado na intermediação junto ao Ministério da Saúde em favor do laboratório Labogen, do doleiro Alberto Youssef, preso em março por participação em esquema de lavagem de dinheiro. Depois de cumprir essa missão e votar, Fábio passou a presidir os trabalhos da Câmara Federal, em substituição ao presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves.
Por 359 votos a 1 e 6 abstenções, o Plenário da Câmara aprovou a cassação do mandato do deputado André Vargas por quebra de decoro parlamentar, seguindo parecer do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. A perda do mandato terá efeitos após a publicação da resolução que derivou do processo. Em seu lugar, assumirá o mandato até 31 de janeiro de 2015 o suplente Marcelo Almeida (PMDB-PR).
Conforme o parecer do relator Júlio Delgado (PSB-MG), o alto custo da locação de aeronave usada por Vargas em férias – cerca de R$ 105 mil –, quantia que foi financiada pelo doleiro. Como exemplo das provas contra Vargas, Delgado disse que a secretária de Youssef confirmou que o doleiro pagou o aluguel da aeronave, ao contrário do que afirmou o acusado.
Temendo problema de quorum para a votação do processo de cassação, o deputado Fábio Trad, na qualidade de vice-líder do PMDB, convocou seus liderados a votar pela cassação de André Vargas.
“Estou convocando colegas do PMDB para virem a plenário se manifestar. Afinal de contas neste momento somos julgadores. Aqueles que no ato de ofício retardam ou se omitem para satisfazer interesse pessoal, evidentemente que prevaricam. Neste ato é melhor votar pela absolvição a se abster, sobretudo aqueles que estando na Casa não venham a plenário para se manifestar”, disse Fábio, no chamamento aos colegas da bancada peemedebista.
Lembrou que estava em curso um julgamento, cabendo a obrigação de que os parlamentares como juízes decidissem. “São juízes e neste momento não se pode transigir com qualquer tipo de veleidade para escapar à função de julgador. Portando que o PMDB venha para cumprir o seu papel, ou votando pela absolvição, ou votando pela cassação, mas que venham para votar”, disse Trad.