"Ficamos mais pobres na política", lamentam amigos e colegas de Amarildo Cruz
Parlamentares elogiaram trabalho de deputado durante a cerimônia de despedida, realizada na Alems
"Ele sempre foi um combatente pelas causas sociais, e sem ele, ficamos mais pobres na política", disse o deputado federal Geraldo Resende (PSDB) ao Campo Grande News, durante a cerimônia de despedida do parlamentar Amarildo Cruz (PT), 60, realizada na noite desta sexta-feira (17).
Acompanhado por lideranças, Resende relembrou os velhos tempos com o petista na Galeria dos Presidentes da Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul), localizada no Parque dos Poderes, em Campo Grande. "Conheço [ele] desde que militávamos no PPS, e quando ganhamos no primeiro governo, estive presente no secretariado do Zeca [do PT], e o Amarildo era uma 'figura de proa'".
Sempre acreditando na mudança e transformação, Geraldo pontuou que a energia do deputado era recarregada com o pensamento de um mundo melhor. "Ele colocou toda a sua energia para que esses sonhos fossem realizados. Tivemos várias lutas vitoriosas, e algumas nós não conseguimos vencer", pontuou.
Rodrigo Falco, presidente do Sindifiscal (Sindicato dos Fiscais Tributários do Estado de Mato Grosso do Sul), disse que Mato Grosso do Sul perdeu um líder nato. "Amarildo foi um dos fundadores do sindicato, a nossa liderança mais proeminente da história da categoria. Ele tinha a capacidade de aglutinação e um dom da oratória. Perdemos um dos nossos maiores amigos".
Já para a deputada estadual Mara Caseiro (PSDB), o respeito pelo parlamentar era recíproco. "Ele vai fazer muita falta, era muito combativo em seus pronunciamentos com um posicionamento claro. Ele sempre respeitou o que achava contraditório e tinha muito respeito e carinho com a gente. Estava em um momento muito bom da carreira política", discorreu.
Segundo o presidente da Associação dos Descendentes da Tia Eva, Ronaldo Jefferson da Silva, Amarildo era uma pessoa com coração grande. "Sempre atendeu a comunidade Tia Eva, era um amigo sempre pronto a ajudar. Era um amigo de caminhada. Sempre deu emendas para a escola da comunidade e deixará seu legado".
O presidente da Alems, Gerson Claro (PP), homenageou o parlamentar colocando a bandeira do Mato Grosso do Sul, do PT, e do Corinthians sob o caixão. "A luta do deputado Amarildo é a nossa luta. Ele hoje se torna um símbolo, que defendia com veemência e fervor suas bandeiras favoritas".
Claro disse que ainda não entende a situação. "Estávamos brincando sobre a recuperação do Zeca do PT na terça-feira, e desde quinta ninguém consegue compreender o que aconteceu. Temos que ser fortes e acreditar que o espírito dele continua entre nós", comentou.
Após a comoção, gritos de "Amarildo, presente!" ecoaram pelo saguão da Alems, que esteve lotado. No local, inúmeras coroas e flores foram enviadas por lideranças de todo o Estado.
O velório do deputado estadual é aberto ao público, mas o sepultamento será longe, em Presidente Epitácio (SP), na divisa com Bataguassu, a 349 quilômetros de Campo Grande. Amanhã, às 6h, a previsão é de que o corpo parta para São Paulo.
Morte - Amarildo estava internado deste a última terça-feira (14), no Hospital Proncor em Campo Grande. Diagnosticado com quadro viral, teve piora no estado de saúde e não resistiu durante a tarde desta sexta-feira (17).
O Governo do Estado decretou luto oficial de três dias. Em nota de pesar, a assessoria de Eduardo Riedel (PSDB) lembrou que nesta semana o governador esteve com o parlamentar em reunião. "Parlamentar atuante, que defendeu os interesses do Estado que escolheu para viver", declarou em nota.
A Alems também decretou luto oficial de três dias. As bandeiras, na entrada do prédio, estão a meio mastro. Amarildo estava no quinto mandato. O primeiro começou em 2006. Em 2022, foi reeleito, com 17.249 votos.
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