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Política

Gaeco deve ouvir ex-governador e empresário nesta semana

Paulo Yafusso | 07/09/2015 15:27
Operação Coffee Break agitou a Câmara e provocou até mudança na presidência da Casa (Foto: Marcos Ermínio)
Operação Coffee Break agitou a Câmara e provocou até mudança na presidência da Casa (Foto: Marcos Ermínio)

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) vai ouvir pelo menos seis pessoas nesta semana, a partir de quarta-feira. Entre os que deverão ser ouvidos estão os dois que na semana passada apresentaram justificativas para não comparecerem. O ex-governador André Puccinelli (PMDB), que alegou compromisso anteriormente agendado, e o dono de um jornal eletrônico, que informou estar viajando na data em que deveria prestar depoimento.

Ao Campo Grande News Puccinelli disse, na semana passada, que foi convocado para prestar depoimento ao Gaeco como testemunha, mas que não havia sido informado sobre o teor da oitiva. O ex-governador afirmou que está a disposição do MPE (Ministério Público Estadual) para ir prestar qualquer tipo de informação, mas que precisaria ser avisado com pelo menos 48 horas de antecedência.

Os depoimentos que estão sendo colhidos pelo Gaeco é em função da Operação Coffee Break, realizada no último dia 25 e que tem como foco a cassação do prefeito Alcides Bernal (PP). O coordenador do Gaeco, promotor de justiça Marcos Alex Vera de Oliveira não atendeu as ligações para confirmar as informações sobre os depoimentos. Mas o Campo Grande News apurou que todos que estão sendo chamados para prestar depoimento, aparecem em escutas telefônicas da Operação Lama Asfáltica, ou tiveram seus nomes citados pelas pessoas que estavam sob grampo telefônico autorizado pela Justiça Federal.

O ex-governador teria sido citado por um dos vereadores de Campo Grande em depoimento ao Gaeco, sobre o processo de cassação de Alcides Bernal, na época em que o assunto estava sendo discutido na Câmara Municipal. Já o empresário da comunicação, aparece nas escutas conversando com empresário que operou o esquema para derrubar Bernal da Prefeitura, fazendo referência a vereadores cooptados para votar pela cassação.

Além das 13 pessoas conduzidas coercitivamente ao Gaeco no dia da Operação Coffee Break, já prestaram depoimento sobre o caso o atual secretário municipal de Governo, Paulo Pedra (na época da cassação de Bernal ele era vereador), o deputado estadual Cabo Almi (PT), o vereador Ayrton de Araújo (PT), o vereador Vanderlei Cabeludo (PMDB) e o ex-secretário municipal de Planejamento e Finanças, Wanderley Ben Hur da Silva.

Compartilhamento - A Operação Lama Asfática foi deflagrada no dia 9 de julho deste ano, pela Polícia Federal, CGU (Controladoria Geral da União), Receita Federal e MPF (Ministério Público Federal). A investigação é sobre desvio de recursos públicos mediante corrupção de servidores e fraudes em licitação. Só que em determinado momento os alvos da Lama Asfáltica começam a conversar sobre assuntos relacionados ao Estado, por isso o MPE criou uma Força Tarefa com 8 promotores e o Gaeco, para investigar esses casos, e um deles é a cassação do prefeito Alcides Bernal.

Com a criação da Força Tarefa, os promotores de Justiça passaram a compartilhas informações e documentos com a Polícia Federal e os outros órgãos que participam das investigações da Lama Asfáltica. Nas investigações do Coffee Break, a base das investigações são as escutas da Lama Asfáltica, em que as pessoas conversam e aparentemente negociam o voto dos vereadores para a cassação do prefeito.

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