Gilmar Mendes chama Delcídio de “mentiroso” e ex-senador rebate que foi vítima
Ministro do STF revisitou episódios da ação e fez declaração sobre o ex-senador de MS
O ministro do STF (Superior Tribunal Federal), Gilmar Mendes, afirmou que o ex-senador Delcídio Amaral (PRD) “era um grande mentiroso”. A afirmação foi em entrevista ao Brazil Journal, em que o ministro revistou episódios da operação Lava Jato.
Sobre a delação do então senador Delcídio, Mendes relata que o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF e que morreu em acidente aéreo no ano de 2017, procurou os colegas e contou que Delcídio revelou que o banqueiro André Esteves [BTG Pactual] teria oferecido R$ 50.000 ao filho de Nestor Cerveró [ex-diretor da Petrobras condenado por corrupção passiva] e uma pensão ao rapaz.
“Naquele dia, Teori queria nossa autorização para prender o Delcídio como se ele tivesse em crime permanente. O ministro queria também prender André Esteves, coisa que aconteceu. No fim, verifica-se que Delcídio era um grande mentiroso, tinha engendrado uma série de histórias. O dinheiro não veio de Esteves, aparentemente teria vindo de José Carlos Bumlai [pecuarista, amigo de Lula, condenado no âmbito da Lava Jato]. Construiu-se um grande erro judiciário”, afirma Gilmar Mendes ao Brazil Journal.
Faça-me o favor - O ex-senador rebateu as declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal. “Contestar a maior ‘aberração jurídica’ de que fui vítima. E a própria Justiça reconheceu isso. Depois de transitado em julgado. Faça-me o favor”, afirma Delcídio.
Segundo ele, a mentira foi toda construída pelo judiciário e quem fez flagrante forjado foi Janot (ex-procurador-geral da República) e Teori. “Não existe outra história. Não posso esquecer do outro mentiroso, Miller”, afirma o ex-senador. Marcelo Miller foi procurador da República, mas depois atuou em escritório contratado pela J&F.
O político também relatou que vai lançar um “livro bomba” neste ano, onde vai dar “nome aos bois”. “Será um sucesso para mim e uma dor de cabeça grande pra outros. Nada como o tempo”.
O ex-senador foi preso em 2015 pela PF (Polícia Federal) e teve o mandato cassado em maio de 2016 pelo plenário do Senado por quebra de decoro, diante das suspeitas de articular o plano de fuga.
Mas, na Justiça Federal, as suspeitas não foram consideradas fundamentadas. Na sequência, foi mantida, por unanimidade, a sentença de primeira instância que havia inocentado Delcídio.
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