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Política

Fusão de Patriota com PTB rompe "monopólio" político, diz Delcídio

Ex-senador é cotado para ser presidente da nova sigla em MS

Por Caroline Maldonado | 22/11/2023 12:23
Ex-senador Delcídio do Amaral em entrevista ao Campo Grande News, em 2018 (Foto: Arquivo)
Ex-senador Delcídio do Amaral em entrevista ao Campo Grande News, em 2018 (Foto: Arquivo)

Partido que nasce da fusão entre Patriota e PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), o PRD (Partido Renovação Democrática) dá os primeiros passos para uma sigla que chega um tanto "atrasada" na corrida eleitoral, que definirá prefeitos e vereadores em 2024, mas poderá dar espaço para gente “nova”, de fora da cena política, e romper com um “monopólio” de candidaturas e, assim, estar “preparado” em 2026, na avaliação do ex-senador Delcídio do Amaral, cotado para assumir o diretório em Mato Grosso do Sul. Ele foi preso em meio as investigações da Operação Lava Jato, mas foi absolvido.

Apesar de afirmar que se decidirá sobre assumir o comando do PRD apenas quando houver uma decisão dos líderes nacionais, Delcídio analisa a conjuntura e comenta qual será seu foco, caso seja o presidente da sigla em MS, já sabendo que o presidente estadual do Patriota, deputado estadual Lídio Lopes, não ficará no novo partido se não puder comandá-lo.

O PTB optou pela fusão depois de não ter conseguido eleger nenhum deputado nas eleições de 2022 no Brasil. Isso resultou em falta de recursos do Fundo Partidário e de tempo de propaganda eleitoral em rádio e televisão. Já o Patriota elegeu cinco deputados estaduais no país.

Como dizia o Chacrinha, ‘o show só acaba, quando termina’. Vamos ver como as coisas caminham, mas espero que a nova agremiação traga outras pessoas que querem fazer política no Estado, outros devem sair, mas isso é natural. O PRD vai ser naturalmente um partido de grande interesse de muita gente, que quer fazer política e não tem espaço no monopólio de MS”, avalia Delcídio.

Quanto à força financeira, Delcídio acredita que o partido terá boas condições. “O que conta para a campanha é a representatividade na Câmara dos Deputados. O PRD tem agora R$ 22 milhões que estavam bloqueados durante o processo de fusão”, diz.

MS - O cenário é semelhante ao nacional em Mato Grosso do Sul. O PTB tem apenas um parlamentar em Campo Grande, o vereador Willian Maksoud, que diz não ter noção ainda do que vai fazer quando forem decididas as lideranças da fusão. “Vou conversar com meus amigos e familiares, meu grupo político para me decidir”, diz.

Na Assembleia Legislativa, o Patriota tem somente o deputado Lídio, que é esposo da pré-candidata à reeleição prefeita Adriane Lopes (PP). Na Câmara Municipal, a sigla tem os vereadores Eduardo Miranda e Sandro Benites, que está licenciado e à frente da Secretaria de Saúde de Campo Grande, mas não descarta retornar à Casa de Leis para se candidatar à reeleição.

O vereador Eduardo não vai ficar no partido se Lídio sair. Sandro vai analisar somente no ano que vem se vai deixar o novo partido ou não.

“Nós somos um grupo político, eu, Lídio, Edu. Então, vamos chegar a um consenso e aquilo que o grupo decidir vamos, por unanimidade ou maioria, seguir, mas a partir do ano que vem. As coisas mudam. Vamos aguardar os acontecimentos”, comenta Sandro.

Senado - Delcídio foi cassado por quebra de decoro, decorrente da suspeita de obstrução da Justiça em meio às investigações da Operação Lava Jato. Ele foi preso em novembro de 2015 e, pela decisão do Senado, teve os direitos políticos suspensos por oito anos. Em 12 de julho deste ano, contudo, Delcídio foi absolvido da acusação ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, que ainda colocou em xeque o vídeo gravado pelo filho de Nestor, Bernardo Cerveró, e divulgado só depois de o delator não ter conseguido reverter judicialmente sua prisão.

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