Giroto rejeita “apoio” de Bernal e o critica pela “vaidade” destrutiva
O grupo político do governador André Puccinelli (PMDB) não tem interesse no apoio do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), a Nelsinho Trad na disputa pelo governo do Estado em 2014, possibilidade aventada pelo progressista ontem em razão dos distanciamento político em relação ao senador Delcídio do Amaral (PT). “Não queremos o apoio do Bernal”, garantiu o secretário estadual de Obras, Edson Giroto, que é filiado ao PR, partido que deve integrar a aliança do PMDB no ano que vem. O republicano também criticou a vaidade extrema de Bernal, que o leva a tentar destruir o passado político da cidade.
Giroto considera que os partidos que integram o grupo político de Puccinelli avaliam muito negativamente a gestão de Bernal em Campo Grande. “Não aceitamos o apoio porque não acreditamos na administração dele”, argumentou o secretário.
Para ele, Bernal fracassou em cumprir a plataforma política que garantiu sua vitória na eleição do ano passado. “Cadê as promessas de campanha? Cadê os postos de saúde, o agendamento das consultas pela internet? Como estão as creches, tem comida para as crianças? as escolas municipais melhoraram?”, questionou o republicano, que disputou com Bernal o segundo turno da eleição da Capital em 2012 quando ainda estava filiado ao PMDB.
Na avaliação do secretário, Bernal não só deixou de cumprir as promessas que fez à população de Campo Grande, como ainda sofre de síndrome de perseguição política. “Acha que o PMDB e o Giroto é que estão prejudicando ele”, disse Giroto. “Continua se colocando como vítima”, acrescentou.
Vaidade de Bernal – Além dos problemas políticos que enfrenta com a Câmara de Campo Grande, onde enfrenta processo de cassação, o prefeito Alcides Bernal peca por ter uma “vaidade muito grande”, na opinião de Giroto. “Ele tenta apagar a marca dos prefeitos que governaram a cidade para colocar a sua no lugar”, afirmou o secretário.
Uma das piores manifestações dessa vaidade, conforme Giroto, foi a demolição parcial da Cidade do Natal, que tinha sido construída no final da gestão de Nelsinho Trad à frente da Prefeitura de Campo Grande. “O pior político é o que não consegue entender a responsabilidade que tem em relação aos bens públicos, que são de todos”, lamentou, criticando o personalismo exacerbado do atual prefeito.
A parcial destruição da Cidade do Natal, denominada de “reforma” por Bernal, teria sido um “grande erro” do atual prefeito, na avaliação de Giroto. “O local tinha virado patrimônio de Campo Grande e tem de se respeitar quando os bens se transformam em patrimônio das pessoas, da coletividade”, disse.
Embora a Prefeitura de Campo Grande tenha apenas posse contratual do local, via termo de Cessão de Uso, passível de rescisão em caso de mudança da destinação da área de estacionamento cedida no Parque das Nações Indígenas, não vê possibilidade de intervenção do governo do Estado. “Não podemos fazer nada mais do que demonstrar nossa indignação”, declarou.