Indígenas cobram demarcação com indenização da terra desmatada
Proposta foi apresentada por um representante da etnia xavante que decidiu permanecer na reunião
Um dos pontos apresentados durante a segunda reunião da mesa de conciliação para tratar de cinco ações que discutem a constitucionalidade da Lei do Marco Temporal (Lei 14.701/2023) para demarcação de terras indígenas foi inusitado e, até o momento, não tinha sido cogitado.
A advogada Nara Cysneiros, que representa o povo Xavante, questionou a indenização da terra usada para casos de demarcação em propriedades que já foram desmatadas para uso do agronegócio.
O pedido foi endossado por um dos poucos indígenas que decidiram permanecer na mesa para participar da negociação. Rafael Wedero'o'wa Werére'é, da reserva Xavante na região de Barra do Garça, em Mato Grosso, afirmou que o desejo dos povos originários é ter a terra restaurada.
“Tem a indenização como a gente pensa e como seria justo para nós. Vamos elaborar esse documento. É muito injusto depois de toda exploração, com uso da terra para por gado e soja, com agrotóxico, devolver assim”.
O mediador da mesa, juiz auxiliar, Diego Viegas, afirmou que irá ponderar o pedido de devolução das terras com a exigência do reflorestamento de quem sai da propriedade.
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