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Política

Juiz Moro deve decidir hoje se Bumlai permanece na prisão

Antonio Marques | 18/12/2015 07:49
O juiz Sérgio Moro deve decidir hoje sobre a permanência da prisão preventiva do pecurista José Carlos Bumlai (Foto: Geraldo Bubniak / O Globo)
O juiz Sérgio Moro deve decidir hoje sobre a permanência da prisão preventiva do pecurista José Carlos Bumlai (Foto: Geraldo Bubniak / O Globo)

O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, deve decidir hoje se sobre a permanência na prisão do pecuarista sul-mato-grossense José Carlos Bumlai, conforme pedido do MPF (Ministério Público Federal) para que a prisão preventiva seja mantida. Os procuradores afirmaram que foram encontradas transferências de R$ 3 milhões da empresa São Fernando Açúcar e Álcool, que recebeu financiamento do BNDES, para a Legend, empresa de fachada de Adir Assad, um dos condenados da Lava-Jato por lavagem de dinheiro. Bumlai está preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba desde o último dia 24.

Na última terça-feira, 15, Sérgio Moro aceitou a denúncia oferecida pelo MPF contra José Carlos Bumlai, o filho, Maurício Bumlai, e a nora, Cristiane Dodero Bumlai, e mais oito pessoas investigadas na Operação Passe Livre - a 21ª fase da Lava-Jato, que agora se tornam réus da investigação por envolvimento em crimes de corrupção passiva e gestão fraudulenta.

Bumlai foi o titular do empréstimo de R$ 12 milhões junto ao banco Schahin para o PT (Partido dos Trabalhadores), fato que até ontem ao ser interrogado pela Polícia Federal, relutava em admitir. O empréstimo foi tomado em 2004, rolado e jamais pago. Com o favorecimento do partido por meio do empréstimo, o grupo Schahin, cujo banco era apenas uma de suas empresas, criou condições para ser beneficiado com o milionário negócio da operação do navio-sonda Vitória 10.000, contratado pela Petrobras. O valor do contrato, por 20 anos de operação, é de U$ 1,6 bilhão.

O crime de corrupção se caracterizou com o recebimento dos R$ 12 milhões em nome próprio e a não quitação do empréstimo, uma vez que o banco fez operações financeiras fictícias para dar ares de legalidade à negociação. Essas operações seriam fonte de vantagem para Bumlai. A moeda de troca para a quitação teria sido o contrato com a Petrobras.

Além do pecuarista, e seus familiares também tornam-se réus nessa ação da Lava-Jato, o lobista Fernando Antônio Falcão Soares, conhecido como Fernando Baiano; Fernando Schahin, Salim Taufic Schahin e Milton Taufic Schahin, executivos do banco concedente do crédito ao pecuarista; Nestor Cuñat Cerveró, Jorge Zelada e Eduardo Costa Vaz Musa, ex-executivos da Petrobras beneficiados com propina resultante da contratação da operadora Schahin; e, João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, que teria influenciado na negociação.

A defesa de José Carlos Bumlai pediu ao juiz Moro a revogação da prisão preventiva do pecuarista com base no depoimento dado à Polícia Federal na última segunda-feira, quando ele confessou ter retirado empréstimo no Banco Schain destinado ao PT, que teria sido quitado depois do contrato firmado entre o Grupo Schahin e a Petrobrás para a operação do navio-sonda Vitória 10.000.

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