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Política

Justiça absolve ex-prefeito em ação por inauguração de obra não concluída

Em 2018, vereador afirmou que Alcides Bernal inaugurou UPA sem terminar e entregou loteamento precário

Por Caroline Maldonado | 05/11/2023 11:42
Ex-prefeito de Campo Grande Alcides Bernal. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Ex-prefeito de Campo Grande Alcides Bernal. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

O ex-prefeito de Campo Grande Alcides Bernal foi julgado inocente em uma ação civil pública de improbidade administrativa, que decorreu de denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). O processo surgiu em 2018, depois que o vereador Eduardo Romero afirmou que o prefeito havia inaugurado obras que não estavam concluídas.

A legislação sobre o tema mudou em 2021 e por isso, o Tribunal de Justiça entendeu que não há mais sentido em prosseguir com o processo. Bernal, portanto, foi absolvido em segunda instância.

Conforme a ação, o então vereador enviou ao MPMS ofício com textos de reportagens que mostravam a repercussão da inauguração da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) no Bairro Santa Mônica e a entrega de 42 casas no loteamento Vespasiano Martins para ex-moradores da favela Cidade de Deus, em 2016. Conforme o órgão, das 300 casas, apenas 42 foram entregues de forma precária com risco de desabamento.

O Ministério Público apurou ainda que também foram inauguradas, mas não passaram a atender prontamente, as UBSFs (Unidades Básicas de Saúde da Família) do Bairro Jardim Paradiso e do Bairro Ana Maria do Couto. C

O MPMS argumentou que as inaugurações feriram a Lei nº 5.522/2015, que proíbe inaugurações e entregas de obras públicas incompletas ou que, apesar de concluídas, não atendam ao fim a que se destinam.

No entanto, em 2021, foi alterada a Lei n. 8.429/92 e foi definida uma lista de atos que podem ser considerados improbidade. A conduta que justificaria a ação movida pelo MP foi revogada do artigo que tratava de ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade.

Por unanimidade, o Tribunal então negou provimento ao recurso que havia sido colocado após a decisão em primeira instância.

Ao comentar a decisão do tribunal, Bernal disse que seus inimigos usaram os poderes, imprensa e a lei para destruir sua reputação, desestabilizar o governo e assaltar o erário.

"A justiça tarda mas não falha. Essa acusação é mais uma considerada improcedente. Eu confio na Justiça. Recebi a administração com três UPAs e deixei com seis UPAs, ou seja, dobrei o número de UPAs e todas custeadas pela União", disse o ex-prefeito.

Ações - Bernal teve o mandato cassado pela Câmara Municipal em março de 2014, mas em novembro de 2016 a Justiça decidiu manter Alcides Bernal (PP) no comando da prefeitura considerando ilegal a cassação. Ele voltou ao cargo e terminou o mandato. A operação Coffee Break apurou corrupção no processo de cassação de Bernal.

O ex-prefeito é réu em diversas outras ações da época em que ficou a frente da administração. Em setembro deste ano, a Justiça absolveu Bernal de improbidade na compra de apartamento. A decisão desconsiderou enriquecimento ilícito que teria permitido a compra de imóvel no Royal Park  no valor de R$ 1,5 milhão, em março de 2013.

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