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Política

Mestre da articulação política, Schimidt deixa PDT e vai escrever livro

Leonardo Rocha | 31/03/2015 18:55
João Leite Schmidt vai deixar comando do PDT, para se dedicar a escrever um livro sobre a política de MS (Foto: Arquivo)
João Leite Schmidt vai deixar comando do PDT, para se dedicar a escrever um livro sobre a política de MS (Foto: Arquivo)

Um dos principais políticos da história do Estado, João Leite Schimidt, vai deixar a direção estadual do PDT, após o final de seu mandato que terminou no último dia 26 de março. Ele resolveu não “renovar” seu período a frente do partido e já colocou a vaga em aberto para direção nacional decidir sobre a nova executiva em Mato Grosso do Sul.

Schimidt explicou que chegou o momento de “sair de cena” e se dedicar a outros projetos pessoais, como se empenhar na leitura e começar a escrever um livro que vai contar histórias da política sul-mato-grossense, em que foi um dos personagens cativos, principalmente na articulação entre os partidos, aliados e junto aos governo estaduais.

“Só poderia escrever sobre duas paixões, uma delas é a pescaria e a outra a política, por isso vou fazer um livro sobre pensamentos políticos, que pude viver ao longo de toda esta jornada”, explicou o pedetista, que logo avisou que apesar de deixar a direção do PDT, vai continuar participando de reuniões e eventos do partido. “Sou filiado e militante, sempre pronto para ajudar e contribuir, nem que seja para entregar panfleto”, ressaltou ele.

O ex-deputado fez questão de dizer que resolveu deixar a direção do PDT por acreditar que já fez a sua parte, e que hoje o partido voltou a ficar sólido e com representação, tanto que conseguiu eleger três deputados estaduais e um (deputado) federal. “Acho que entrei em um momento importante, onde o partido precisava de liderança e voltar a crescer, já ajudei no que foi necessário”.

Schimidt afirmou que repassou a direção nacional a oportunidade de fazer uma nova comissão executiva no Estado, e indicou para ficar em seu lugar, o também, ex-deputado e ex-conselheiro do Tribunal de Contas Estadual, Franklin Masruha, que foi prefeito de Coxim e hoje faz parte da direção estadual do PDT.

Sobre o novo momento da política de Mato Grosso do Sul, ele se mostrou confiante e até "esperançoso" com os novos comandantes dos principais poderes do Estado. “A política está em um bom momento, temos renovação nos três poderes, é uma nova elite política, no qual confio bastante”, disse o pedetista, se referindo ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB), o presidente da Assembleia Legislativa, Junior Mochi (PMDB) e o presidente do TCE (Tribunal de Contas Estadual), Waldir Neves.

História – João Leite Schimidt participou dos principais momentos da história do Estado, começando sua vida profissional em 1964, tornando-se advogado pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Quando voltou a Campo Grande, fundou o Sindicato Rural de Coxim em 1970, sendo eleito deputado estadual pelo ainda estado do Mato Grosso em 1974 e deputado federal, já por Mato Grosso do Sul, em 1978, pelo partido Arena.

Durante o governo de Marcelo Miranda, assumiu a Secretaria de Justiça e chefiou a Casa Civil, sendo reeleito posteriormente deputado estadual pelo PMDB, de 1982 a 1986. Voltou a contribuir com o governo estadual, sendo secretário de Fazenda do segundo mandato de Marcelo Miranda, sendo em 1988, escolhido para ser conselheiro do Tribunal de Contas Estadual.

Depois de permanecer um período “longe” do cenário político, filiou-se ao PDT e chegou a presidência do partido, ainda perdendo as eleições para prefeito de Coxim em 2000 e para o Senado Federal, em 2006.

Schimidt participou da primeira constituinte e inclusive recorda que leu o projeto da divisão do Estado, antes da sua apresentação que tinha inclusive o nome de Campo Grande, seguindo o exemplo de São Paulo, mas que depois foi adotado o nome de Mato Grosso do Sul.

Ele participou ativamente das articulações políticas com praticamente todos os governadores do Estado, tanto que em 30 de abril de 2013, após diversos conflitos internos dentro do PDT, resolveu assumir novamente a direção do partido, a pedido das principais liderança. Nesta nova tarefa, conseguiu fazer as articulações necessárias e o PDT voltou a eleger três deputados estaduais e um federal na eleição de 2014.

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