MP cobra prédio acessível e Câmara revolta ao prever gasto de 5 milhões em obra
Parte dos vereadores são contrários à construção e Mesa Diretora tomará decisão na segunda-feira
População de Coxim, a 260 km de Campo Grande, está acompanhando atenta a polêmica da construção do novo prédio da Câmara Municipal. A obra, que atende uma exigência do Ministério Público de Mato Grosso do Sul para assegurar o cumprimento da Lei da Acessibilidade em órgãos públicos, recebeu inclusive moção de repúdio dos parlamentares.
O vereador Abílio Vaneli (PT) explica que apesar do laudo do processo comprovando que a atual sede do Legislativo é antiga e não suporta intervenções necessárias, não é o momento de investir recursos na obra. “Desde o início desta legislatura, Coxim está em crise financeira. Estamos reparcelando a dívida do município e os vereadores entenderam que não tem necessidade da construção desse prédio”, explica.
Ele liderou a votação contrária à decisão da Mesa Diretora. Dos 13 vereadores, oito foram contrários à construção. “Falta remédio, o ônibus que transporta paciente para a Capital quebra com frequência e há uma série de problemas que poderíamos ajudar com o recurso dessa obra”, ponderou.
A licitação está em fase final com disputa de duas construtoras. A FBX Engenharia Ltda apresentou o orçamento de R$ 5.644.440,84. Nos próximos dias, vence o prazo de impugnação da Gomes&Azevedo Ltda que orçou em R$ 6.343.674,34 o mesmo projeto.
O presidente da Casa de Leis, Ademir Peteca (Solidariedade), explica que entende o questionamento dos parlamentares, mas está cumprindo uma recomendação do MP. “A gente só está esperando vencer o prazo de recurso da empresa. Vamos sentar com o Ministério Público na próxima segunda-feira (13), porque existe uma ação civil. Só a Câmara que até hoje não se readequou”, enfatizou o presidente.
Ele alega que o Poder Legislativo tem recursos para começar a obra e concluir o novo prédio até outubro, com o restante do duodécimo do próximo ano.
“Sabemos da polêmica, e por conta do período político os vereadores se posicionam. Mas não traz impacto negativo na saúde, educação do município. Isso é resolvido quando vota o orçamento da cidade. Queremos resolver o problema e devolver o duodécimo, não resolverá o problema de Coxim como um todo”.
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