MPE denuncia vereadores de Alcinópolis e prefeito por assassinato
Agora, cabe a justiça aceitar ou não a denúncia contra os acusados por homicídio com motivo torpe e emboscada
O MPE (Ministério Público Estadual) denunciou três vereadores e o prefeito afastado de Alcinópolis pelo assassinato de Carlos Antônio Costa Carneiro, então presidente da Câmara Municipal da cidade. Ele foi executado na avenida Afonso Pena, em Campo Grande, no dia 26 de outubro de 2010.
Os vereadores Eliênio Almeida de Queiroz (PR), Valter Runiz Dias de Souza (PR) e Valdeci Lima de Oliveira (PSDB) foram denunciados por “ajustar” a morte de Carlos Antônio. Os três chegaram a ser presos em julho deste ano, sendo soltos em 12 de agosto.
Na denúncia, o promotor Douglas Oldegardo dos Santos cita a disputa política no município. “Apurou-se que o crime teve motivação torpe, quais sejam as desavenças políticas existentes entre a vítima e os denunciados, os quais compunham o grupo político liderado pelo Prefeito Municipal de Alcinópolis/MS, enquanto a vítima fazia parte do grupo político de oposição”.
Com a morte do vereador, Valter foi eleito presidente e o suplente Valdeci assumiu, dando maioria na Câmara ao prefeito. Agora, cabe a justiça aceitar ou não a denúncia contra os acusados por homicídio com motivo torpe e emboscada. O objetivo do MPE é que todos sejam levados a júri popular.
Conforme o documento, o prefeito afastado Manoel Nunes da Silva (PR) já foi denunciado pelo Procurador-Geral de Justiça, pois tem direito a foro privilegiado. Desta forma, enquanto a denúncia contra os vereadores tramita na 2ª Vara do Tribunal do Júri, a denuncia contra Manoel Nunes é feita diretamente ao TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).
O prefeito afastado foi preso em 20 de julho e solto no dia 29 de setembro pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), sob condição de não se aproximar da prefeitura.
O comando do município foi assumido pelo vice Alcino Carneiro, que vem a ser pai do vereador assassinado. Logo após o crime, a família denunciou que a execução tinha caráter político, o que foi negado pelo então prefeito.
Flagrante - Após o assassinato do vereador, Irineu Maciel foi preso em flagrante por policiais civis que passavam próximo ao local. Ele foi levado até a avenida na garupa da moto de Aparecido Souza Fernandes, de 35 anos.
Na delegacia, o pistoleiro relatou que o crime foi intermediado pelo seu cunhado Valdemir Vansan. A morte do vereador teria sido contratada por uma terceira pessoa, cujo nome não foi revelado. Valdemir foi preso horas depois do assassinato.
Ainda na delegacia, Ireneu disse que receberia R$ 20 mil, sendo R$ 3 mil adiantados, pelo crime e que o revólver calibre 38 lhe foi entregue pelo cunhado. O acerto era para “fazer uma pessoa”, cujo nome foi repassado por Valdemir.
Em interrogatório diante do juiz, Irineu deu uma nova versão para o crime. De acordo com ele, o motivo foi vingança porque o vereador o teria humilhado. O pistoleiro também afirmou ser dono da arma utilizada na execução. Irineu e Valdemir vão a júri popular no dia 24 de fevereiro.