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Política

Nacional manda dizer que não faz aliança com PSDB e PT “foca” PTB

Edivaldo Bitencourt | 23/04/2014 13:44
Deputado federal Reinaldo Azambuja, do PSDB.
Deputado federal Reinaldo Azambuja, do PSDB.

A direção nacional do PT não vai dar aval para uma eventual aliança do partido com o PSDB em Mato Grosso do Sul. O recado é do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva endereçado ao senador petista Delcídio do Amaral, pré-candidato ao governo, que ainda sonha com o deputado federal tucano Reinaldo Azambuja, como candidato a senador, em sua chapa.

Há mais ou menos 10 dias, Lula recebeu, em São Paulo, dirigente petista de MS e foi claro: “não tem aliança com o PSDB, esquece”. A esperança dos dois partidos estarem juntos para a sucessão do governador André Puccinelli (PMDB) existiu enquanto a vantagem da presidente Dilma era grande sobre seus adversários, principalmente Aécio Neves. Mas como o processo se encaminha para disputa acirrada, o PT nacional não vê mais chance de estar ao lado dos tucanos, mesmo que seja num Estado pequeno e de pouca expressão eleitoral, como Mato Grosso do Sul, com pouco menos de 1,8 milhão de eleitores.

A resistência à aliança não está só no PT. Aécio Neves, candidato do PSDB a presidência da República, vê com estranheza a proximidade do seu partido com os petistas aqui no Estado. “Não é uma aliança ortodoxa, não é uma aliança natural”. Ao criticar a maneira do PT governar o país, Aécio disse que “o PSDB tem a responsabilidade de ser convincente à população do ponto de vista ideológico”. E acrescenta: “posso adiantar que não haverá nenhuma aliança que contrarie o PSDB”.

Outro sinal do afastamento de petistas e tucanos em Mato Grosso do Sul é a “separação” do vereador Zeca do PT e Reinaldo Azambuja. Nos últimos tempos, os dois eram “unha e dente”. Estavam quase sempre juntos nos eventos políticos. O empenho do petista era para inserir o tucano nos setores mais radicais do PT (índios, sem terra...), que têm resistência ao deputado por ele ser ligado ao agronegócio. Mais do que Delcídio do Amaral, Zeca era, no PT, o político mais próximo de Reinaldo. Zeca desistiu e já avisou o senador e integrantes da corrente Construindo um Novo Brasil, grupo que ele lidera no PT.

Vereador Zeca do PT.
Vereador Zeca do PT.

Sérgio Longen e o PTB - Com cada vez mais distante do PSDB, os petistas focam o PTB de Ivan Louzada, dirigente que tem fortíssimas ligações com o governo do PMDB. Sem Reinaldo, a ideia agora é oferecer a vaga do Senado para o empresário Sérgio Longen, presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul, também com ligações estreitas com o governo. Longen, que dirige a Fiems desde 2007, é do setor de produção de alimentos industrializados, como os “snacks”.

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