Nova Ferroeste vai reduzir 32% custos logísticos da região sul do Estado
Governadores de MS e PR se reuniram para falar do cronograma e viabilidade técnica econômico ambiental
O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) recebeu na manhã desta segunda-feira (22) o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD). O encontro serviu para tratar do andamento da Nova Ferroeste, trecho vai unir Mato Grosso do Sul ao Porto de Paranaguá, no Paraná.
O governador Reinaldo Azambuja falou do entusiasmo que é a aproximação dessa iniciativa para Mato Grosso do Sul. “A nova Ferroeste é um sonho do Paraná e do Mato Grosso do Sul e que agora caminha a passos largos, com todos trabalhando juntos. Queremos em breve bater o martelo da conclusão desta obra e será uma alegria compartilhar isso com você [Ratinho Junior]”.
O governador Ratinho Junior explicou o perfil ambiental da Nova Ferroeste. “Tem um apelo ambiental muito forte, rigoroso, essa é a grande sacada desse projeto. Um projeto férreo, ligando o MS ao porto do Paranaguá, com um estudo de viabilidade técnica e ambiental. Todos esses estudos sendo viabilizados para levar à Bolsa de Valores e, assim, conseguir investidores”.
De acordo com o secretário de Estado de Infraestrutura, Eduardo Riedel, a iniciativa vai reduzir custos, estimular o desenvolvimento e gerar emprego e renda para a população dos dois Estados.
“É uma ferrovia extremamente importante para Mato Grosso do Sul, vai sair de Maracaju e vai até o Porto de Paranaguá, o que representa uma redução de 32% nos custos logísticos da região de Maracaju, Dourados, Amambai, descendo para o Paraná, o que significa mais emprego, significa mais renda, aumento da atividade produtiva”, afirmou.
Riedel avalia, ainda, que a iniciativa, em parceria com o Governo do Paraná representa um importante eixo logístico para a competitividade do Estado. “Foi uma reunião extremadamente produtiva, onde foi entregue o estudo de viabilidade técnica econômico ambiental. Estamos dentro do cronograma”.
Nova Ferroeste - A ferrovia terá extensão de 1.370 quilômetros. O projeto abrange a construção de novos trechos e um corredor ferroviário de exportação ligando o polo produtor de grãos do Mato Grosso do Sul (MS) e do Oeste do Paraná ao Porto de Paranaguá. A iniciativa atende ao objetivo de ampliar a malha ferroviária nacional, de modo a atender o transporte voltado à exportação, o que favorece a competitividade, a integração e a segurança de mercadorias.
Ainda não há um valor definido para a obra, visto que o projeto está em fase de elaboração, a expectativa de investimentos na ordem de R$ 20 bilhões e vai transformar o Paraná no Hub Logístico da América do Sul.
A previsão de economia de tempo de transporte/trânsito é reduzir de 100 para 18 horas, a atual velocidade de transporte. Entre janeiro e outubro de 2020 a Ferroeste registrou lucro operacional de R$ 1,2 milhão e faturamento bruto de R$ 19 milhões, segundo balanço da empresa. Também houve redução dos custos operacionais em relação a 2019, em cerca de 35%, consequência de um trabalho de austeridade
A Ferroeste foi qualificada em meados de 2020 no âmbito do PPI, o que acelera o seu processo de desestatização. O pedido foi feito pelo Governo do Paraná e significa que a União vai ajudar o Estado com apoio técnico regulatório necessário em diversas áreas, da modelagem e meio ambiente à atração de investidores.
A expectativa é colocar a Nova Ferroeste em leilão na B3 entre final de 2021 e o começo de 2022 já com a ferrovia que liga Maracaju a Paranaguá concluídos.
“O projeto é consistente, foi bem construído e é considerado um dos mais viáveis para investimentos no Brasil porque facilita o carregamento próximo aos produtores e a entrega com segurança nos navios, além de se aliar aos projetos em andamento da nova roupagem ferroviária, com conexão até Paranaguá, Foz do Iguaçu e o Mato Grosso do Sul”, afirmou o diretor-presidente da Ferroeste, André Gonçalves. “Temos que facilitar a integração dos modais. É a chave para o País avançar nos próximos anos”.