Opção de Trump por combustíveis fósseis não deve nos intimidar, diz Riedel
Governador considera que Brasil seguirá como potência ambiental e na produção de alimentos
RESUMO
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Em painel sobre transição energética em Zurique, o governador Eduardo Riedel afirmou que o reposicionamento geopolítico dos EUA, com foco em combustíveis fósseis, não deve intimidar o Brasil, que deve investir em energias renováveis. Ele destacou a capacidade brasileira em segurança alimentar e energia limpa, considerando o país uma potência ambiental. Riedel comparou a situação com os investimentos da China e enfatizou a importância de manter relações institucionais com ambos os países, apesar das diferentes estratégias. O governador do Distrito Federal, Ibanês Rocha, também presente, expressou preocupação com o recuo dos EUA em políticas ambientais, ressaltando a maior responsabilidade de governos locais em sustentabilidade.
O reposicionamento dos Estados Unidos com as questões ambientais, diante dos anúncios já feitos pelo presidente Donald Trump, de se afastar de fóruns globais e apostar em combustíveis fósseis, não devem intimidar o Brasil, analisou esta manhã o governador Eduardo Riedel, durante painel sobre transição energética em evento em Zurique. Para ele, assim como o país norte-americano terá seus trilhões de dólares investidos nessa matriz energética, o Brasil terá os seus para energias renováveis.
“Devemos liderar esse processo de maneira muito ativa, porque esse é o ativo brasileiro: segurança alimentar e energia limpa”, considerou. No caso particular de Mato Grosso do Sul, o Estado aposta na chamada economia verde, para cumprir a meta de neutralizar emissão de carbono até o ano de 2030.
O governador considerou que a principal economia do mundo está fazendo um reposicionamento geopolítico focando sua força em seus interesses internos, abandonando o multilateralismo para se voltar ao crescimento da própria economia e estimular as atividades locais, o que classificou como uma linha diferente da que vinha sendo seguida. Ele fez um paralelo com a China, que movimentou U$ 19 trilhões nos últimos anos em investimentos, dois principais parceiros comerciais do Brasil e disse que o Brasil tem condições seguir com relações institucionais com EUA e China.
Riedel disse que o mundo vive um momento particular, distinto de 200 anos atrás, quando havia um milhão de pessoas. Hoje são 8 bilhões. Ele citou que a Ásia oferece hoje condições de conforto e alimentação à sua população e isso demanda uso de energia.
Nesse contexto, Riedel destacou que o Brasil é uma “power house” (potência) na área ambiental e se destacar na produção de alimentos “de maneira altamente sustentável” e fazer valer essa condição.
Participante do mesmo painel, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, disse que há preocupação com o recuo dos EUA nas políticas ambientais e que o assunto será debatido, certamente, na COP30, a ocorrer em novembro no Pará. Para ele, o cenário reforça o aumento da responsabilidade de governos locais com medidas de sustentabilidade.
Riedel é um dos participantes do Brazil Economic Forum, promovido pelo Lide- Gupo de Líderes Empresariais, entidade encabeçada pelo ex-governador de São Paulo João Dória Jr, e que ocorre concomitante ao Fórum Econômico Mundial, que reúne lideranças mundiais em Davos, também na Suíça.