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Política

Sustentabilidade tem apelo econômico, senão é retórica, diz Riedel na Suíça

Em Brazil Economic Forum, governador considerou que Estado atingiu sucesso com projetos ambientais

Por Maristela Brunetto | 23/01/2025 07:34

Sustentabilidade tem apelo econômico, senão é retórica, diz Riedel na Suíça
Painel reuniu Riedel, Ibaneis e representantes de empresas para debater transição energética (Fotos: Reprodução)

RESUMO

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Em seminário na Suíça, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, defendeu a sustentabilidade atrelada a ganhos econômicos para garantir o engajamento do setor produtivo. Ele apresentou os resultados exitosos do estado na transição energética, citando exemplos como a produção de biocombustíveis e celulose, a redução do tempo de abate de gado e a substituição de pastagens degradadas por outras atividades. Riedel destacou ainda o vigor econômico do estado, com altos investimentos privados e metas ambiciosas em energias renováveis, além da implementação de programas de remuneração por serviços ambientais e a busca por soluções para conflitos fundiários. O painel contou também com a participação do governador do Distrito Federal e representantes de empresas e especialistas, que discutiram a urgência da preservação ambiental e a necessidade de investimentos em energias renováveis.

O governador Eduardo Riedel defendeu esta manhã (23), durante seminário em Zurique, na Suíça, que a sustentabilidade deve envolver medidas com ganhos econômicos para despertar engajamento de setores produtivos e consolidar medidas, sob risco de se concentrar somente na retórica. Na análise exposta, ele classificou os eixos adotados em Mato Grosso do Sul como exitosos.

Riedel participou de um painel sobre transição energética junto com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e representantes de empresas, como parte da programação do Brazil Economic Forum. O evento é organizado pelo Lide- Gupo de Líderes Empresariais, entidade encabeçada pelo ex-governador de São Paulo, João Dória Jr.

O governador citou várias frentes de atividades empresarias que seguem modelo de redução de carbono, uma meta que o Executivo se propôs a alcançar a plena neutralização até 2030. Entre as empresas citadas estão as indústrias de biomassa, como a produção de biocombustível; a produção de celulose, que envolve o plantio de florestas de eucalipto, meio de reter carbono na natureza. Na sequência, a madeira é usada, além da matéria-prima para a celulose, para a produção de bioenergia, resultando em baixo volume de resíduos. São 2 milhões de hectares plantados, citou.

Sustentabilidade tem apelo econômico, senão é retórica, diz Riedel na Suíça
Riedel expôs as prioridades do governo na gestão ambiental e atividades econômicas

Riedel destacou ainda as alterações na pecuária, apontada como grande produtora de gás carbônico diante do consumo de pastagens pelos animais. Os abates hoje ocorrem na metade do prazo, reduzindo de 4 para 2 anos, comparou o governador.  Segundo disse, em breve o Estado deve ser reconhecido como o que mais reduziu emissões na agropecuária. A chave é o aumento da tecnologia no sistema produtivo, apontou.

Dentro do foco de reduzir a emissão de carbono, o governador explicou que cerca de 5 milhões de hectares de pastagens degradadas estão sendo substituídos por outras atividades que exigem maior manejo do solo, como o eucalipto, a cana, a laranja e grãos.

Ele ainda defendeu que é inevitável o processo de ampliação do uso de energias renováveis, mas advertiu que é preciso preservar fontes fósseis, para situações de necessidades futuras. Riedel apontou que o Estado produz energia renovável suficiente para exportar para o sistema nacional.

Outro ponto apontado como valorização de ações preservacionistas é a remuneração por serviços ambientais. A possibilidade consta na Lei do Pantanal e Riedel disse que em breve deve ser detalhado o programa, que vai recompensar produtor rural que preservou a natureza, condição que “deve continuar”.

Vigor econômico – Nas palavras do governador, o Estado segue com vigor econômico, devendo ser o que mais cresce em 2025, na média de 5, com percentual de 5,2% alcançado em 2024. O volume de investimentos privados supera R$ 100 bilhões, citou. Já com recursos públicos, apontou que a meta é ficar na casa de 15% da receita corrente líquida, cenário que cria ambiente de negócios atrativo para novos empreendimentos.

Em uma fala voltada ao mercado, apontou que MS apresenta índices favoráveis de crescimento da renda média individual, baixo desemprego e se esforça para reduzir a pobreza extrema, com alguns bolsões a serem atendidos. Nesse ponto, citou comunidades indígenas, a adoção de políticas públicas. Riedel ainda mencionou o esforço de encerrar conflitos por terras com a possibilidade de indenização de fazendeiros, como vem sendo discutido no STF (Supremo Tribunal Federal) uma vez que há vedação na Constituição Federal. A solução foi adotada recentemente em Antônio João, encerrando uma briga histórica.

Antes de Riedel, Ibaneis falou sobre as políticas do DF, mencionando a expansão do uso de energia solar em prédios públicos e isenção de IPVA para veículos híbridos. Do setor privado, Wagner Carvalho, da W Energy, citou a emergência climática e a necessidade de preservação dos recursos. Pediu às autoridades que não se preocupassem somente com as florestas, mas também com os indígenas, seus guardiões. Na fala de Celso Fiori, diretor de soluções climáticas naturais e bioenergia da Mercuria no Brasil, criadora do fundo Silvania, o interesse de fundos de investimentos de apostar em energias renováveis como algo definitivo. Patricia Iglecias, professora e superintendente de Gestão Ambiental da USP, falou sobre as consequências do aquecimento global e a urgência em proteger recursos naturais.

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