Oposição diz que aguardará leitura oficial da reforma para se posicionar
Deputado João Grandão (PT) diz que não admitirá perdas aos trabalhadores, enquanto o secretário de Governo, Eduardo Ridel, pondera que tal preocupação é legítima
Ao sair da sede da governadoria, na tarde desta segunda-feira (20), o deputado João Grandão (PT) afirmou que se posicionará sobre o enxugamento na estrutura do Governo do Estado somente depois de ler todo o projeto, mas adiantou: "Toda reforma traz traumas e não vamos admitir que se cortem direitos", disse ao Campo Grande News. A matéria será lida na sessão plenária do Legislativo Estadual desta terça-feira (21).
Questionado pela reportagem sobre o que considera "cortes de direitos", o petista, que representa a bancada de oposição ao governo na Assembleia Legislativa, explicou que se refere, por exemplo, à reforma previdenciária, que ainda não está em discussão, "mas que não poderá ser unilateral e não poderá trazer nenhum direito a menos ao trabalhador".
A declaração do parlamentar foi dada logo ao sair da reunião onde a reforma foi apresentada pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) a alguns deputados, incluindo Eduardo Rocha e Rinaldo Modesto, representando as bancadas do PMDB e PSDB, respectivamente. Também participou do encontro o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Junior Mochi (PMDB), que esteve no local pela manhã durante a apresentação do projeto à imprensa.
Do outro lado, o secretário de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel, avalia o posicionamento do petista como democrático. "Faz parte do debate. O deputado João Grandão é experiente, conhece das contas públicas é um deputado que luta pelos direitos dos trabalhadores. A preocupação dele é legítima", disse. "Esta é uma discussão saudável e deve ser travada mesmo dentro da Assembleia Legislativa".
"Por isso nós vamos à Assembleia na quarta-feira, defender nosso ponto de vista, pois se fizermos tudo que todos os setores da sociedade querem, o Estado não suporta, então, temos de definir prioridades. E a prioridade é definida não só por nós, mas pela própria sociedade e Assembleia Legislativa é fundamental nesse processo, ela representa o sul-mato-grossense", finalizou, reiterando que a preocupação do Executivo é buscar preservar o equilíbrio do Estado, sem descartar, no entanto, possíveis alterações por por meio de emendas a serem apresentadas pelos deputados a partir de amanhã.