"Ou vamos ficar em bloco, ou vamos sair em bloco", diz ministra Tereza Cristina
DEM se reúne e mostra unidade para decisão sobre futuro de políticos de Mato Grosso do Sul na aliança com PSL
O DEM bateu o martelo na tarde deste sábado (23) e decidiu que está unido para fusão ou evasão no processo que vai juntar o partido com o PSL para formar o União Brasil. O grupo se reuniu no hotel Grand Park com a líder maior do partido, ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Participaram do encontro 15 prefeitos, vereadores e deputados estaduais.
O ex-ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM) não compareceu e nem deu justificativa. Até mesmo o vice-governador, Murilo Zauith (DEM) participou do encontro por meio de uma ligação, já que está em Dourados se recuperando da covid-19.
Segundo a ministra, o encontro era necessário e foi muito positivo. "Nós tivemos as reuniões em Brasília (DF) com as votações dos diretórios nacionais e precisava dessa reunião aqui no Estado, que mostrou unidade. Ou vamos ficar em bloco, ou vamos sair em bloco", afirmou Tereza.
Na próxima semana ela vai se reunir novamente com o presidente do DEM, ACM Neto e iniciar as conversas com a senadora Soraya Thronicke (PSL) e o presidente do PSL nacional, Luciano Bivar.
"Já conversei com ela por telefone. Ficamos de conversar e sentarmos semana que vem para ela contar um pouco do lado do PSL e eu do que tratamos nessa reunião aqui. Espero que fiquemos no partido", destacou.
Como ano que vem é ano eleitoral, as tratativas devem ocorrer com mais celeridade. Após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) confirmar a fusão dos dois partidos no União Brasil, os filiados contrários a mudança poderão aproveitar a janela de 30 dias para sair da nova legenda sem as sanções cabíveis.
"Dá para acomodar todo mundo. Vamos tentar esse acordo, se não der bola para frente. hoje existe a boa vontade do DEM dessa construção", considerou a ministra. Ela já recebeu convite de outros partidos e tem conversas bem adiantadas com o PP e o PL. "Mas essa não é uma decisão minha, tem que ser construída."
Tereza Cristina continua com o projeto de se lançar candidata ao senado no ano que vem. É um desejo dela e dos demais integrantes do partido. Quanto a governo do Estado ela afirma que continua conversando muito com os pré-candidatos, mas não há nada certo.
A principal reclamação dos integrantes da legenda durante a reunião foi o fato da senadora Soraya Thronicke ter se reunido no último sábado com os integrantes do PSL, com o presidente do Podemos, Sérgio Murilo e a deputada federal Rose Modesto (PSDB). O plano dela nos bastidores é assim que assumir o comando do União Brasil no Estado, começar a trabalhar pelo nome de Rose como pré-candidata a governadora.
"O DEM quer ter o protagonismo aqui no Estado. Não somos contrários à fusão. Mas queremos ter participação e direcionar os rumos que nós queremos tomar. Uma fusão para ela funcionar e ser boa, precisa ter o diálogo. Acredito que em novembro teremos um norte do que teremos aqui no Estado", afirmou o deputado estadual José Carlos Barbosa (DEM), o Barbosinha.
Um dos mais indignados com a ação do PSL é o vereador professor Riverton de Souza (DEM). "A minha indignação foi com a ação de algumas pessoas do PSL que posicionaram de maneira unilateral. Agora vamos levar o que construímos aqui para o PSL para construir juntos e não ser uma confusão e sim uma fusão. Não tenho nada contra a senadora e a candidata que ela apresentou. Mas tem tantas lideranças aqui dentro. Pegou todo mundo de surpresa. Ficamos assustados. Se não tiver esse diálogo todo mundo vai sair", revela.
A debandada coletiva pode ocorrer se a conversa entre a senadora e a ministra não for positiva. E o que ficou claro no encontro é que o partido que Tereza Cristina escolher será o mesmo que todos os demais vão seguir.
O deputado estadual Zé Teixeira (DEM), disse que foi falta de consideração do PSL não ter conversado com os democratas. "As reuniões que aconteceram anteriormente, anunciando a fusão, chamando pessoas para ser candidato a governo pelo partido. Achei isso tudo prematuro, achei falta de consideração com o democrata, porque foi uma declaração de um partido unilateral. Porque partido não tem dono. Falei para a Tereza que o DEM vai ter que comandar a junção. Tem que conversar com grandeza, desprendimento para que haja união, que todos ganhem e ninguém saia perdendo. Se houver divergência, o DEM vai ser extinto de Mato Grosso do Sul."