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Política

Para evitar delação, Delcídio cita lobby junto a ministros do STF e Temer

Edivaldo Bitencourt e Filipe Prado | 25/11/2015 15:49
Teori Zavascki decretou a prisão de senador e mais três (Foto: Carlos Humberto/SCO/STF)
Teori Zavascki decretou a prisão de senador e mais três (Foto: Carlos Humberto/SCO/STF)

Preso por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal) na manhã desta quarta-feira (25), o senador Delcídio do Amaral (PT) cita, em gravações feitas pelo MPF (Ministério Público Federal), lobby para libertar da prisão o ex-diretor da Petrobras, Nestor Cuñat Cerveró. Ele cita que conversou com três ministros do STF, com o presidente do Senado, Renan Calheiros, e com o vice-presidente da República, Michel Temer.

Conforme a denúncia do MPF, o filho do delator, Bernardo Cerveró, gravou a reunião feita com Delcídio, o advogado Edson Ribeiro, e o banqueiro André Esteves, do Banco BTG Pactual, no dia 4 de novembro deste ano no hotel Royal Tulip, um dos mais caros de Brasília. No encontro, eles acertam o pagamento de R$ 4 milhões por meio de honorários advocatícios para Cerveró, uma ajuda de custo mensal de R$ 50 mil à sua família e a fuga com avião Falcon 50 pelo Paraguai até a Espanha.

Para ter a ajuda milionária, Cerveró deveria desistir da delação premiada ou não citar Delcídio e Esteves. O senador, que é líder do Governo no Senado, destaca, em um dos trechos, que já conversou sobre a concessão de habeas corpus de Nestor Cerveró. Ele teria tratado do assunto com dois ministros, Teori Zavascki, que é o relator da Lava Jato, e Dias Toffolli. Os dois fazem parte da 2ª Turma do Supremo, que manteve, por unanimidade, as prisões preventivas de Delcídio e do advogado Edson Ribeiro, e as temporárias de Esteves e Diogo Ferreira, chefe de gabinete do petista.

O banqueiro André Esteves obteve, de forma ilegal, o documento com o acordo de delação premiada de Cerveró. Neste caso, segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, houve vazamento da Operação Lava Jato, que será investigado pela Polícia Federal.

Confira trecho da reunião entre Delcídio Amaral, o banqueiro e o filho do delator na íntegra clicando aqui

Para evitar a homologação da delação, Delcídio prometeu fazer a defesa de Cerveró. Ele cita textualmente que tinha falado sobre o caso com o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), e com Renan Calheiros.

Delcídio ainda cita o ministro do STF, Gilmar Mendes. Ele faz análise do humor do ministro, que oscila muito.
Após o filho entregar as gravações à Procuradoria da República, Cerveró homologou a delação premiada. Segundo o ministro Teori Zavascki, no despacho da liminar com a decretação da prisão preventiva, ele cita que houve corrupção de Delcídio na compra da polêmica refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e na compra de sondas para a Petrobras.

Outro delator, conforme o ministro, Fernando Antônio Falcão Soares, o Fernando Baiano, também citou participou de Delcídio no suposto esquema de corrupção na Petrobras.

Os ministros destacaram, na reunião de hoje, que a prisão do senador é fundamental para não comprometer a investigação da Operação Lava Jato.

Antes de ser preso, Delcídio já tinha rechaçado as denúncias feitas por Cerveró e Fernando Baiano. Ele tinha negado qualquer participação no suposto esquema de corrupção da Petrobras.

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