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Política

Para petistas de MS, condenação de Lula é política e tira foco das reformas

A sentença, para os representantes do partido, desvia atenção da reforma Trabalhista, do processo contra Temer e pretende inviabilizar a candidatura do ex-presidente

Lucas Junot | 12/07/2017 15:38
Zeca do PT é presidente do diretório estadual e deputado federal pelo partido (Foto: Arquivo)
Zeca do PT é presidente do diretório estadual e deputado federal pelo partido (Foto: Arquivo)

A bancada estadual e federal do PT (Partido dos Trabalhadores) sul-mato-grossense definiu a condenação do ex-presidente Lula como manobra política para inviabilizar o projeto eleitoral do partido, na corrida presidencial em 2018.

Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado a nove anos e meio de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A sentença do juiz Sérgio Moro foi anunciada nesta quarta-feira (12), no processo em que o petista foi acusado pela força-tarefa da Lava-Jato de receber propina da OAS, uma das empreiteiras que se refestelou nos últimos anos com contratos bilionários na Petrobras.

De acordo com presidente estadual da sigla, deputado federal Zeca do PT, a sentença de Moro é uma “piada de mal gosto. Ao mesmo tempo que Aécio [Neves - PSDB] está solto, com mandado [de prisão] devolvido, Lula é condenado sem provas. Trata-se de uma condenação política para tirar Lula do páreo, uma condenação que atende aos interesses da elite que quer inviabilizar o projeto eleitoral do partido”, avalia.

O também deputado federal Vander Loubet (PT), disse em nota que “além de ser fruto de uma perseguição política, a condenação de Lula ainda está sendo usada como cortina de fumaça para tirar do foco o desmonte dos direitos trabalhistas e denúncias que - essas sim - contém provas contundentes, incluindo gravações de conversas”.

“Lula sofre um processo de perseguição política e hoje se deu mais um capítulo desse processo. Mesmo sem materialidade alguma de crime, sem provas, está sendo condenado.

Convenientemente, essa condenação é divulgada em meio ao calor dos debates em torno da aprovação da reforma trabalhista no Senado e da análise da denúncia da Procuradoria Geral da República contra o presidente Michel Temer (PMDB) na Comissão de Justiça e de Cidadania da Câmara”, disparou o parlamentar.

Da bancada estadual, Amarildo Cruz (PT) não poupou adjetivos. “o juiz [Sérgio Moro] se apoia em uma tese irresponsável, descabida, anticonstitucional, amoral... Só no Brasil isso acontece, o povo tinha que ir pra rua bater panela porque o achismo de um juiz está prevalecendo ante a legislação. Está jogando a Constituição no lixo. Isso é um escárnio”, opinou.

O Campo Grande News procurou o presidente municipal do PT, Agamenon do Prado, e os deputados estaduais Pedro Kemp e João Grandão e Cabo Almi, para também registrar suas opiniões, mas até o fechamento desta matéria não obteve resposta.

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