PDT "obriga" vereadores a assinar CPI sobre transporte coletivo
Partido deu cinco dias para parlamentares se manifestarem sobre investigação no Legislativo
Os vereadores Ademir Santana e Odilon de Oliveira Junior foram advertidos pelo PDT (Partido Democrático Trabalhista) após se recusarem a assinar o requerimento pedindo abertura da CPI (Comissão Processante de Inquérito) do Consórcio Guaicurus. Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (25), o partido determinou o prazo de 5 dias para que os parlamentares assinem o documento.
Conforme a advertência pública, o “não cumprimento da assinatura no prazo estabelecido resultará na aplicação automática da suspensão de todas as atividades partidárias pelo prazo de 90 dias”, a contar da data final do prazo de cinco dias.
Em nota, o partido afirma ainda que a decisão foi coletiva e “em função dos anseios do povo de Campo Grande”.
Questionado, Odilon de Oliveira Junior afirmou não ter sido comunicado pelo partido sobre a advertência. “Enquanto eles não me mostrarem um fato que justifique a escalação de uma CPI eu não pretendo assinar. Não pode ser com base em achismo, influência midiática ou porque não gosta do atual gestor”, afirmou.
Apesar de se mostrar contra a abertura da CPI, o parlamentar garante reconhecer que o serviço prestado pelo Consórcio tem deixado a desejar. “Somos contra atrasos, ônibus que correm, mas temos que usar o bom senso. Recentemente adquiriram ônibus novos”, ressaltou.
O Campo Grande News também procurou o vereador Ademir Santana, mas ele afirmou que irá se pronunciar somente nesta quarta-feira (26), na Câmara Municipal.
A abertura da CPI é, inclusive, um pedido de usuários do transporte público da Capital. Na semana passada, um grupo de 10 pessoas esteve na Câmara Municipal com cartazes pedindo a abertura das investigações.
No dia 15 de novembro, quando era feriado de Dia de Proclamação da República, os trabalhadores, na maioria diaristas, bloquearam o acesso ao Terminal Morenão após atraso de mais de uma hora pelo ônibus da linha 072. No entanto, as manifestantes foram reprimidas com spray de pimenta. Técnica utilizada para dispersão é considerada violenta.