Polêmico desde 1º dia, presidente do TJ quer uniforme para servidores
Cinco funcionários do Judiciário trabalharão, pelos próximos 15 dias, na elaboração de proposta para "padronização do vestuário"
![Presidente do TJMS, Carlos Eduardo Contar, à esquerda, participa da solenidade de posse do governador em exercício Paulo Corrêa (Foto: Henrique Kawaminami)](https://cdn6.campograndenews.com.br/uploads/noticias/2021/01/28/2kgurz241hq80.jpeg)
Presidente do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), desembargador Carlos Eduardo Contar elegeu como uma das prioridades de sua administração a “padronização do vestuário” dos servidores.
Em portaria assinada no dia 26 de janeiro, seu segundo dia no gabinete da presidência, o magistrado criou comissão para pensar em como fazer funcionários de quatro setores trabalharem uniformizados.
E mais. O desembargador, que no seu primeiro dia ocupando o cargo máximo no Judiciário estadual, “turbinou” o salário de uma prima, nomeou a própria para compor a comissão que se debruçará na elaboração da proposta de uniformização das roupas dos servidores.
O grupo trabalhará sob o comando de Marcelo Vendas Righetti e tem como integrantes: Beatriz Maria Contar (a prima do desembargar), Christiane Teresa Padoa Letteriello, Fabiana Ricartes de Oliveira Corradini e Renée Cristina Adler Ralho Medeiros.
A responsabilidade da comissão é a “realização de estudo e elaboração de proposta de padronização do vestuário a ser adotada pelos servidores que atuam na Presidência, Vice-Presidência, Conselho Superior da Magistratura e Secretaria Judiciária do Tribunal de Justiça”.
Os cinco funcionários do Judiciário trabalharão na “criação dos uniformes” pelos próximos 15 dias, conforma a portaria que abre o Diário Oficial da Justiça dessa quinta-feira (28).
O Campo Grande News perguntou ao TJMS até quanto a Presidência pretende gastar, caso tenha de comprar roupas para os servidores, quantos funcionários trabalham nos quatro setores citados na portaria e se uniformes já são exigidos em algum outro departamento do Judiciário. Até o fechamento desta matéria, porém, não houve resposta.
Polêmico? – Carlos Eduardo Contar virou notícia nacional depois de questionar as medidas restritivas de prevenção ao novo coronavírus e chamou quem prega o isolamento social, como forma de reduzir o contágio, de “covardes e picaretas de ocasião".
Sobre a nomeação da prima para a função de diretora jurídica, na Assessoria Jurídico-Legislativa do Tribunal, Contar diz não haver qualquer irregularidade. Segundo ele, ela é parente em quarto grau e servidora há mais de 20 anos.
O salário de Beatriz Contar é de R$ 12.305,65 mensais. O plano de cargos e carreiras também informa o pagamento de representação de gabinete no valor de R$ 9.541,61. Os dois valores somam resultam em R$ 21.847,26 de remuneração.