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Política

Novo presidente do TJMS tem no currículo campanha pela volta da monarquia

Marta Ferreira | 26/01/2021 19:50
Carlos Eduardo Contar, à direita, durante a posse no cargo mais alto do TJMS. (Foto: Paulo Francis)
Carlos Eduardo Contar, à direita, durante a posse no cargo mais alto do TJMS. (Foto: Paulo Francis)

O Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul tem no comando desde a última sexta-feira  (22) personagem com história controversa. Crítico das medidas de restrição para prevenção à covid-19, o desembargador Carlos Eduardo Contar foi um dos líderes regionais, em 1993, da campanha que defendia o retorno à monarquia.

Naquele ano, como determinou a Constituição Federal de 1988, o brasileiro participou de plebiscito para definir a forma e o sistema de governo no País. Ganharam a república e o presidencialismo. Perderam a monarquia e o parlamentarismo.

Em Mato Grosso do Sul, o regime monárquico teve percentual de votos um pouco acima da média nacional. No País, em torno de 10% dos eleitores queriam a família real de volta ao poder. No Estado, foram mais de 11% dos votos para essa opção.

Contar foi um dos responsáveis por esse resultado. Fez parte da “comissão dos monarquistas”. À época, era promotor de justiça.

Indagado sobre o evento histórico, confirmou sua participação por meio da assessoria de imprensa, de forma sucinta.

Como resultado, a maioria dos eleitores da época votou a favor do Regime Republicano e do Sistema Presidencialista, no dia 21 de abril”, declarou.

Ainda existe movimento a favor da monarquia inclusive com representação sul-mato-grossense, ligada a lideranças conservadoras.

Declarações polêmicas - Agora conhecido em todo o País depois do discurso da semana passada, no qual defendeu o retorno ao trabalho, Carlos Eduardo Contar chamou de “picareta” quem defende o movimento “fique em casa”.

Currículo - Contar é servidor público desde a década de 1980. Nascido em Campo Grande, formou-se em Ciências Jurídicas e em Filosofia. Fez mestrado na área jurídica em Portugal.

Antes de ser promotor, trabalhou na área técnica do TJMS. Em 1986 passou no concurso para promotor de justiça substituto. Em 22 de julho de 2001 foi promovido a procurador. Uma de suas atuações foi na coordenadoria do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça da Habitação e Urbanismo e do Patrimônio Histórico e Cultural.

Em 2007, ingressou na magistratura como desembargador na vaga correspondente ao quinto constitucional, como é chamada a reserva de vagas na corte a integrantes do Ministério

Assumiu a função de corregedor-geral de Justiça em 12 de julho 2018. Em de janeiro de 2019, passou à vice-presidência do TJMS e, neste ano, chegou ao topo.

Foi escolhido por ser o desembargador em atividade mais antigo, já que a vaga era prevista para a desembargadora Tânia Garcia de Freitas Borges, afastada por suspeita de usar o cargo para beneficiar o filho e também o namorado.

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